Carros com baixa quilometragem são sempre um bom negócio? A resposta é não!
Em algumas situações, veículos pouco rodados podem não ser vantajosos para o comprador.
Existe um mito no mercado de carros usados que afirma sempre que o bem possui baixa quilometragem, o comprador está fazendo um bom negócio. Por conta disso, veículos pouco rodados são mais valorizados e possuem maior demanda.
Esse entendimento também leva a práticas pouco ortodoxas por parte de vendedores criminosos, como a adulteração do hodômetro do automóvel. Porém, mesmo assumindo que a quilometragem informada seja verdadeira, existem situações em que a baixa rodagem não garante o bom negócio.
É claro que o desgaste dos componentes é mais comum em carros que rodaram por mais tempo, mas isso também pode ser resultado da forma como o automóvel circulou. Outra questão relevante é saber se o prazo para troca de itens e fluidos foi respeitado pelo antigo proprietário.
Para te ajudar a fazer uma boa escolha na hora de comprar um usado, selecionamos algumas situações nas quais é melhor evitar o negócio, mesmo que o carro tenha baixa quilometragem.
Motor sempre frio
A maneira como o proprietário utiliza o veículo é muito importante. Se ele mora perto do trabalho ou só usa o carro por poucos quilômetros por dia, o motor provavelmente não atinge a temperatura correta para proporcionar condições ideais de funcionamento e lubrificação, o que acelera o desgaste e aumenta o consumo de combustível.
“Dirigir por menos de 15 minutos nem esquenta o óleo do motor, impossibilitando a lubrificação adequada. Há carros com baixa quilometragem que apresentam até o triplo do desgaste na comparação com um exemplar mais rodado, que, no entanto, funciona a maior parte do tempo na temperatura ideal”, explica o engenheiro Erwin Franieck, da SAE Brasil.
Condições extremas
Automóveis usados predominantemente em condições como congestionamentos e/ou em estradas não pavimentadas também costumam ser mais castigados. “Um automóvel utilizado a maior parte do tempo em rodovias tende a estar em melhores condições do que outro com quilometragem muito mais baixa, que, no entanto, rodou apenas na cidade ou em vias de terra”, afirma o especialista.
Tempo demais parado
Se o bem é antigo e rodou pouco, tudo indica que ficou parado por muito tempo. Isso não é desejável, pois o comprador terá que gastar muito dinheiro para colocá-lo novamente em boas condições, uma vez que muitos componentes se deterioram quando ficam desligados por longos períodos.
Se o veículo ficar sem utilização durante um período prolongado, o ideal é ter alguém para rodar com ele ao menos uma vez por semana, inclusive para lubrificar rolamentos e componentes da suspensão que precisam se movimentar com regularidade”, diz Franieck.
Sujeira
Nem sempre um carro limpo significa um bom negócio, mas a sujeira certamente é sinal de que o proprietário cuidou mal dele. Antes de fechar a compra, faça uma inspeção cuidadosa na parte interna e mecânica, incluindo até as borrachas de vedação das portas.
Puxe suavemente a borracha da porta, especialmente na parte inferior, junto à soleira. Se houver acúmulo de poeira, é indício de que aquele veículo pode ter rodado mais do que o recomendável em estradas de terra, aconselha o especialista.