A ascensão do cinza: carros têm metade das cores que tinham há 20 anos

Estudo aponta que os automóveis coloridos estão virando uma espécie em extinção no mercado.

Uma tendência do mercado automotivo que desagrada aos mais observadores é a falta de carros coloridos disponíveis para compra. Quando há uma tonalidade diferente na gama, o preço costuma ser mais elevado e o tempo de espera pela entrega do produto aumenta.

O sumiço dos veículos coloridos não é uma impressão dos consumidores, e sim uma realidade. Segundo pesquisa do portal iSeeCars, os modelos em tons de cinza (branco, preto, cinza e prata) representam 80% do mercado, enquanto no ano de 2004 sua participação era de 60,3%.

Nos últimos 20 anos, o cinza ganhou mais espaço e sua presença cresceu 81,9%. Já o prata ficou menos frequente, amargando uma queda de 52,2%.

A análise foi realizada com mais de 20 milhões de carros usados dos anos/modelo 2004 a 2023, vendidos entre janeiro de 2023 e abril de 2024.

“Carros coloridos parecem ser uma espécie em extinção. Apesar de uma paleta diversificada oferecida pelas montadoras, há muito menos carros sem tons de cinza vendidos hoje. Eles perderam metade de sua participação de mercado nos últimos 20 anos e podem se tornar ainda mais raros em outros 20 anos”, avalia Karl Brauer, Analista Executivo da iSeeCars.

Tons de cinza dominarão o mercado nos próximos anos?

Foto: Reprodução/iStock

O avanço das quatro cores básicas, conhecidas como tons de cinza, é uma tendência consistente nas últimas duas décadas, exceto entre 2012 e 2013, quando houve um recuo no volume de automóveis com essa tonalidade.

A boa notícia é que esse crescimento parece estar se estabilizando nos últimos três anos, indicando que os consumidores estão saturados de veículos brancos, pretos, cinza e prata. Em 2023, havia cerca de 6,7 cores disponíveis para o carro médio, enquanto em 2004 as opções chegavam a 7,1 tons.

“Um achatamento da curva nos últimos anos indica uma possível tolerância máxima de mercado para essas quatro cores. Sejam motivados por revendedores ‘jogando pelo seguro’ ao pedir apenas cores populares, ou consumidores querendo garantir o máximo de interesse na hora de vender ou trocar seu veículo, as cores em tons de cinza desempenham o papel dominante no mundo dos carros”, explica Brauer.

O branco é a cor de carro mais comum na atualidade, desde que ultrapassou o preto há cerca de 10 anos e continuou subindo. Já o cinza tem quase tanta participação quanto o preto, enquanto o prata vem perdendo sua fatia de mercado desde 2004.

As demais cores de carros combinadas perderam quase metade de sua presença nos últimos vinte anos. Tons dourados, roxos, marrons e beges ficaram 80% menos frequentes, enquanto verde, vermelho e azul recuaram menos que os demais.

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