A verdade sobre as baterias de carros elétricos: quanto tempo elas aguentam?

Quando os modelos elétricos começaram a chegar no mercado brasileiro, muita gente ficou com medo de fazer a transição dos motores a combustão para os eletrificados por conta da autonomia de tais veículos.

Hoje, esse receio praticamente desapareceu, uma vez que muitos desses carros superam a autonomia dos motores a gasolina. Agora, o centro das discussões envolve velocidade de carregamento, disponibilidade de carregadores e, claro, a vida útil do carro, principalmente quando se trata da bateria.

Isso ocorre porque os custos para substituir uma bateria de um modelo eletrificado são, em grande parte, um mistério para os compradores.

Garantia

Um fator que pode acalmar os mais afoitos é a informação de que as montadoras, assim como o governo federal, trabalham para aumentar a garantia dos veículos eletrificados. Além disso, estima-se que a vida útil desses modelos se assemelhe à dos movidos a combustão.

Baterias elétricas

As baterias dos veículos elétricos têm como base os mesmos materiais das baterias de telefones celulares e outros dispositivos eletrônicos, por exemplo. De maneira geral, elas possuem em sua composição lítio, níquel, manganês e cobalto, em proporções que variam a cada modelo.

Vale lembrar, inclusive, que as montadoras estão trabalhando com o intuito de remover o cobalto da composição do equipamento, devido ao impacto ambiental gerado no processo de extração.

Quanto tempo dura a bateria de um carro elétrico?

A média de duração de uma bateria de veículo elétrico é de oito anos. Contudo, além de as montadoras oferecerem longas garantias (mínimo oito anos/160 mil km) para o equipamento, os novos modelos podem ter uma vida útil de até 12 anos.

Também não se pode ignorar que o avanço da tecnologia fará com que a vida útil dos eletrificados ultrapasse, muito em breve, esse prazo indicado acima. Prova disso é o Tesla Model S, lançado em 2012 e que hoje há vários à venda com leituras que ultrapassam – e muito! – os 160 mil km.

O que afeta a vida útil da bateria de um carro elétrico?

São diversos os motivos que causam a degradação da bateria, mas nem todos estão relacionados diretamente à forma como condutor dirige. As baterias vão perdendo a capacidade com o tempo, mesmo que não estejam em uso. Nesse sentido, a Recurrent, empresa de pesquisa do setor, aponta que não é incomum ver uma queda de 5% a 10% na capacidade após cinco anos. Em outras palavras, durando o período de cobertura da garantia, a redução seria cerca de 20% da capacidade.

Além disso, o uso do carregamento rápido frequente em corrente contínua DC também pode causar uma maior degradação da bateria quando se compara ao carregamento lento. Portanto, tal funcionalidade deve ser usada de forma ocasional para evitar a perda prematura de capacidade.

Outro fator que afeta a vida útil da bateria é o clima. O frio, por exemplo, gera perda de autonomia, tornando o carregamento mais lento. Assim, o uso dos sistemas de controle climático do veículo pode drenar a bateria mais rapidamente, e a queda pode chegar a 40% em alguns veículos. Igualmente, as temperaturas altas têm um efeito semelhante, mas aqui a degradação pode ser permanente.

Substituição de bateria

É claro que é possível realizar a substituição das baterias de veículos eletrificados. Se o condutor tiver sorte, tal troca pode ocorrer dentro da garantia ou mesmo não custar uma verdadeira fortuna. No entanto, talvez os proprietários dos eletrificados mais antigos podem não ter essa sorte.

Dependendo do modelo, uma bateria nova pode custa até US$ 20.000 (R$ 100.000), a exceção dos híbridos plug-in que tendem a ter baterias menores e mais baratas. Contudo, com o avanço da tecnologia, a expectativa é que esses valores também fiquem mais acessíveis.

Hoje há, inclusive, empresas terceirizadas já oferecendo até 20% de desconto em relação a uma substituição de bateria de revendedor com suporte de fábrica.

Reciclagem

A reciclagem das baterias de eletrificados ocorre a partir da quebra da bateria e reutilização de seus componentes em sua forma inicial. Como o valor do material reciclado não é alto, um setor de “segundo uso” pode se tornar popular.