Adeus, autoescolas? Nova CNH para carro automático pode mudar TUDO
Alterações nas regras para CNH no Brasil visam modernizar o processo, mas geram debates sobre segurança e impactos econômicos.
O processo de obtenção da CNH para carro automático pode passar por uma das mais significativas transformações das últimas décadas.
O Ministério dos Transportes apresentou uma nova proposta que pretende flexibilizar as regras para conquistar a Carteira Nacional de Habilitação, permitindo que o candidato realize o exame prático em um veículo com câmbio automático e, mesmo assim, esteja autorizado a dirigir carros manuais da mesma categoria.
A proposta, que permanece em consulta pública até novembro de 2025, busca modernizar o sistema de formação de condutores, reduzir custos e ampliar o acesso à habilitação.
No entanto, o tema também desperta preocupações entre autoescolas, instrutores de trânsito e especialistas em segurança viária.
O que muda na CNH para carro automático?
De acordo com a minuta divulgada pelo Ministério dos Transportes, os candidatos poderão escolher o tipo de veículo para realizar a prova prática, seja manual ou automático, sem restrições para conduzir outros modelos após a aprovação.
A proposta visa alinhar o Brasil a uma tendência internacional, em que a avaliação do condutor é focada em suas habilidades ao volante e não apenas no tipo de câmbio do veículo.
Além dessa mudança estrutural, o texto traz inovações importantes, como:
- Uso de veículo próprio ou emprestado no exame, desde que atenda às normas do Contran;
- Fim da obrigatoriedade das autoescolas, tornando as aulas em Centros de Formação de Condutores (CFCs) facultativas;
- Instrutores autônomos credenciados pelo Detran poderão oferecer aulas personalizadas;
- Sistema de pontuação de 0 a 100 pontos na prova prática, com mínimo de 90 para aprovação;
- Comissão de três examinadores e possibilidade de monitoramento eletrônico durante o teste.

Foto: iStock
Fim das autoescolas obrigatórias?
Um dos pontos mais debatidos da proposta é o fim da obrigatoriedade das autoescolas. O governo argumenta que o objetivo é democratizar o acesso à CNH e reduzir o custo médio do processo, que atualmente ultrapassa R$ 3 mil, sendo mais de 70% desse valor destinado às aulas práticas em CFCs.
Por outro lado, representantes do setor afirmam que a mudança pode gerar impactos econômicos significativos, com o fechamento de centros de formação e demissões em massa de instrutores.
Especialistas alertam para o risco de queda na qualidade da formação dos motoristas, em um país que ainda enfrenta altos índices de acidentes.
Mesmo assim, o Ministério dos Transportes reforça que o novo modelo não elimina as provas obrigatórias, apenas flexibiliza a forma de preparação, oferecendo maior autonomia ao aluno e liberdade pedagógica na escolha do método de aprendizado.
Principais novidades do novo modelo de CNH
Entre as principais mudanças na CNH para carro automático, destacam-se:
- Aulas práticas sob medida, adaptadas ao desempenho do aluno;
- Autonomia para escolher o instrutor e a metodologia de ensino;
- Prova prática mais técnica, com penalização proporcional aos erros cometidos;
- Monitoramento eletrônico e transparência no processo de avaliação;
- Acesso aos registros do exame, garantindo maior clareza e meritocracia.
Quando as novas regras devem entrar em vigor
A proposta ficará em consulta pública até 2 de novembro de 2025. Após esse prazo, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) analisará as sugestões e poderá realizar ajustes antes da publicação da resolução definitiva.
Caso seja aprovada, as novas regras para obtenção da CNH devem começar a valer até o final de 2025.
Modernização ou risco à segurança?
A possibilidade de tirar CNH em carro automático e ainda conduzir veículos manuais divide opiniões. Para alguns, a medida representa um avanço inevitável, condizente com a modernização da frota nacional e o crescimento da demanda por veículos automáticos.
Já outros especialistas temem que a formação menos técnica comprometa a segurança, especialmente em situações que exigem maior domínio do veículo.
De qualquer forma, o debate marca um novo capítulo na modernização do trânsito brasileiro, que busca equilibrar acessibilidade, tecnologia e segurança viária, pilares essenciais para o futuro da mobilidade no país.