Agroconectado: tratores elétricos disputam título de ‘Tesla do Campo’
Marcas aproveitam o maior evento do mundo na área para tentar ganhar mercado e sair na frente com seus modelos eletrificados.
O mercado de veículos elétricos está crescendo rapidamente em todo o mundo, e no Brasil, não é diferente. A venda de veículos eletrificados cresceu 272% no último ano, e essa tendência também se reflete no setor agrícola, com empresas investindo cada vez mais em máquinas equipadas com motores elétricos, especialmente tratores.
Esse investimento está moldando um novo cenário: a introdução de frotas eletrificadas. Essas frotas, silenciosas e com emissão zero, oferecem aos produtores rurais a oportunidade de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, contribuindo também para a redução da poluição gerada pela agricultura convencional.
Tratores elétricos
Uma das empresas que abraçou essa transformação é a americana Monarch. No último ano, ela lançou o trator independente e eletrificado MK-V, disponível por US$ 50 mil. O modelo apresenta um motor de 40 cv de potência contínua por 10 horas de operação, com uma potência de pico de curta duração de até 70 cv.
Solução verde
Durante a Agritechnica, maior feira do setor no mundo, Mark Schwager, presidente da Monarch, explicou que a indústria de tratores elétricos segue o desenvolvimento da indústria automotiva. Para ele, esse foi um passo natural com o aumento na produção de baterias. Schwager destacou que o setor tem muito a evoluir em direção a uma solução verde e autônoma, enfatizando a importância de resolver os desafios de mão de obra na agricultura.
Apesar dos investimentos significativos, a Monarch ainda não planeja expandir para o Brasil, mantendo seu foco nos Estados Unidos e na Europa.
Opções no mercado
As opções eletrificadas para o setor agrícola estão se multiplicando. A CNH Industrial apresentou a maior colheitadeira do mundo, a New Holland Agriculture, e o primeiro trator totalmente elétrico, o T4 Electric Power. Com uma bateria de lítio de 95 kWh, o trator tem um tempo de operação médio de quatro horas, podendo atingir até oito horas, dependendo da carga de trabalho.
Pensando em sustentabilidade e redução de emissões, a CNH Industrial destaca as vantagens do trator elétrico em comparação com os motores a diesel, como uma vida útil da bateria de até oito anos. Estima-se que essas máquinas eletrificadas cheguem ao Brasil entre 2026 e 2027.
Culturas especiais e estufas
Outro destaque na Agritechnica foi o trator elétrico Fendt e100V Vario, da empresa alemã Fendt. Com foco em culturas especiais e estufas, o modelo possui uma capacidade de bateria de 100 kWh, proporcionando autonomia de operação entre quatro e sete horas para atividades como o corte de folhas. O lançamento inicial ocorrerá nos mercados da Alemanha, Noruega e Holanda.
*Com informações de Canal Rural