Apesar da alta, gasolina da Petrobras está 9% mais barata que a internacional

Abicom estima que a defasagem de preços do combustível no mercado nacional ultrapassa os 9% mesmo após reajuste.

A Petrobras reajustou em R$ 0,20 por litro o preço da gasolina vendida em suas refinarias, para R$ 3,01. Mesmo com o aumento recente, o combustível oferecido às distribuidoras está com defasagem de 9% em relação ao valor praticado no exterior, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Embora a defasagem da gasolina tenha recuado, a estatal ainda tem margem para aumentar R$ 0,31 por litro. Considerando também os preços praticados pela Refinaria de Mataripe, que realiza reajustes semanais e é controlada pela Acelen, a defasagem fica em torno de 8%.

Já o diesel, que não foi incluído no último reajuste, segue com uma diferença de 11% em relação ao preço internacional. No caso do óleo, a diferença é de 9% se adicionados os valores Refinaria de Mataripe.

Os preços praticados na refinaria localizada na Bahia estão defasados em apenas 2% e 1% para gasolina e diesel, respectivamente.

Foto: Shutterstock

Mudança na política de preços dos combustíveis

A Petrobras alterou a forma como precifica seus combustíveis em maio de 2023. Antes, a estatal seguia a política de paridade de importação (PPI), que baseava as cotações em fatores como cotação do dólar, preço do petróleo, valores de frete e outros.

Assim, o preço repassado às distribuidoras no Brasil era determinado pelo custo de importar e trazer os produtos até o país, o que fazia com que a empresa repassasse instabilidades ao mercado interno.
Com a nova política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reduz a oscilação de preços, a Petrobras altera os valores somente quando considera necessário.

Se por um lado a estatal evita o repasse de instabilidades às distribuidoras, por outro ela perde o lucro gerado quando há um pico muito alto nos valores.

O último reajuste na gasolina feito pela estatal havia ocorrido em outubro de 2023. O mais recente aumento de 7,11% deve refletir em acréscimo de 2,50% na bomba para o consumidor, segundo cálculos da Warren Investimentos.

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