Após aumento de atentados, segurança de carros blindados é questionada
Blindagem de veículos levanta dúvidas sobre efetividade frente ao crescimento de ataques com ferimentos e mortes no Brasil.
A segurança de veículos blindados está no centro das atenções após um aumento significativo de atentados contra condutores no Brasil. O caso mais recente ocorreu em Taboão da Serra e envolveu o prefeito local, que foi atingido por um tiro no ombro, apesar da proteção blindada.
O incidente recente levantou preocupações sobre a real eficácia das blindagens nos carros e sobre os níveis de proteção oferecidos pelo serviço.
No final de setembro, o Rio de Janeiro foi palco de um ataque que resultou em mais de 30 disparos contra um carro blindado e terminou em uma execução.
Essa sequência de eventos coloca em xeque a segurança oferecida pelos veículos com a proteção e suscita dúvidas sobre os tipos de armas que elas podem efetivamente barrar.
Blindagem no Brasil: níveis e regulamentação
No Brasil, a blindagem de veículos é regulamentada pelo Exército e divide-se em níveis que variam de I-A a V. Cada um deles oferece proteção contra diferentes tipos de armamentos e calibres, sendo os mais avançados de uso restrito.
Os níveis I-A, II-A e III-A são destinados ao uso civil. O nível III-A é o mais comum, utilizado por 95% dos carros blindados no país.
Nível | Proteção |
---|---|
I-A | Armas de calibre .22 a .38 |
II-A | Pistolas 9mm e revólver Magnum .375 |
III-A | Revólver Magnum .44, submetralhadoras e as anteriores |
III | Fuzis Ak47, AR-15, entre outros |
IV | Metralhadoras .338 e granadas |
V |
Metralhadoras .50 |
O nível III é de uso restrito porque nem todos os carros conseguem suportar esse tipo de material, já que os vidros possuem cerca de 42mm de espessura.
Outra questão é que a blindagem “convencional” aplica mantas com fibras de aramida ou kevlar, enquanto nível III utiliza aço, que é bem mais pesado.
Dados comparativos
Com o aumento da violência urbana, a busca por blindagem veicular cresceu expressivamente. No primeiro semestre de 2024, houve um aumento de 45% nos registros em comparação com o mesmo período de 2023.
Os estados São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará lideraram a demanda por esse serviço no ano passado.
- 2019: 18.842 carros blindados;
- 2020: 13.837 carros blindados;
- 2023 (primeiro semestre): 13.936 blindagens;
- 2024 (primeiro semestre): 20.090 blindagens.
A crescente insegurança nas cidades brasileiras impulsiona a busca por blindagens automotivas. No entanto, casos recentes indicam que, mesmo com proteção, os veículos podem não garantir total segurança contra todas as ameaças.
Enquanto isso, o debate sobre a eficácia e adequação continua relevante na sociedade.