Após polêmicas, Xiaomi vê queda brusca nas vendas do SU7
Marca sofre redução nas vendas na China após problemas técnicos e controvérsias, com reações negativas dos consumidores.
Nas últimas semanas, a Xiaomi tem enfrentado um declínio nas vendas dos modelos SU7 e SU7 Ultra em seu mercado doméstico, a China. Esse cenário desafiador foi abordado pelo fundador da empresa, Lei Jun, que declarou que esta é a fase mais complicada desde a criação da companhia.
Ao longo das semanas 16 a 19 de 2025, o número de unidades vendidas pela marca caiu significativamente, conforme informações da Associação de Concessionários de Automóveis Chinesa. O motivo central para a crise é um conjunto de controvérsias técnicas e comerciais que mancharam a imagem da montadora.
Entre os problemas, destaca-se a questão do capô de fibra de carbono do modelo SU7 Ultra, vendido como opcional por 42 mil yuans (R$ 32 mil). Este item, que deveria melhorar a refrigeração dos freios, mostrou-se ineficaz e com benefícios mínimos.
Problemas técnicos e reações dos consumidores
Os problemas não pararam por aí. Em maio, uma atualização over-the-air (OTA) limitou a potência do SU7 Ultra, de 1.548 para 900 cv, obrigando os motoristas a alcançar metas em pistas para liberar o máximo potencial do carro.
Tal medida contrariou as expectativas dos clientes, gerando protestos em Pequim e ações judiciais coletivas para reembolso.
Acidentes e segurança em questão
Além dos danos à imagem, a segurança do modelo SU7 Ultra foi severamente criticada após acidentes de alta velocidade, incluindo um incidente em março com uma unidade do carro.
As preocupações com a segurança ampliaram a insatisfação dos consumidores, incentivando a formação de grupos para exigirem compensações.
Respostas da Xiaomi e medidas regulatórias
A empresa emitiu um pedido de desculpas público e suspendeu a atualização que reduzia a potência do veículo. Além disso, ofereceu 20 mil pontos no sistema de fidelidade como compensação.
Contudo, muitos consumidores continuam insatisfeitos, buscando reembolso integral sem penalidades.
Paralelamente, as falhas da Xiaomi levaram a ações regulatórias no setor de veículos elétricos da China, com novas regras de segurança impostas pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação.
Para especialistas, o caso é um reflexo da excessiva confiança no marketing em detrimento da tecnologia e da transparência, algo recorrente na indústria de veículos elétricos.
A Xiaomi enfrenta tempos difíceis, nos quais a reconstrução da confiança do consumidor será crucial para seu futuro.
