Aposta que falhou? Volkswagen reduz ritmo da produção de carros elétricos
Volkswagen ajusta produção de elétricos na Alemanha por uma semana, alinhando-se à demanda do mercado.
O Grupo Volkswagen vai ajustar temporariamente a produção de veículos elétricos em suas fábricas alemãs. As unidades de Dresden e Zwickau farão uma pausa de uma semana, aproveitando o período de férias de outono, mesmo com sinais de crescimento nas vendas.
O ajuste impacta modelos das marcas Volkswagen, Audi e CUPRA, incluindo a linha que produz ID.3, ID.4, ID.5, CUPRA Born e Audi Q4. A medida acompanha a demanda do mercado e busca evitar o acúmulo de estoque enquanto o setor de mobilidade elétrica se consolida.
Segundo porta-voz da empresa, a pausa na produção é estratégica, permitindo alinhar a fabricação à realidade do mercado, mantendo flexibilidade nas linhas de elétricos e garantindo que a expansão do setor seja sustentável para o grupo.
Fábricas e modelos impactados
O mapa dos ajustes inclui quatro fábricas alemãs e diversos modelos estratégicos. Apesar do foco em curto prazo, o cenário embute decisões de longo alcance. Além disso, envolve cadeias de suprimentos e metas da União Europeia para 2035.
- Zwickau: produz seis modelos elétricos para Volkswagen, Audi e CUPRA. A linha de ID.3, ID.4, ID.5, CUPRA Born e Audi Q4 para por uma semana no início de outubro.
- Dresden: fabrica ID.3 e também interrompe por uma semana. Além disso, encerrará a produção até o final de 2025, conforme acordo firmado no final de 2024.
- Emden: segundo a Bloomberg, entra na pausa. Concentra as novas versões sedã e perua do Volkswagen ID.7 e parte do ID.4.
- Hanover: unidade de ID.Buzz e Multivan já passou por paralisação temporária.
Efeito dominó
Com a medida, a Volkswagen se soma à Stellantis, que suspendeu temporariamente a produção em várias plantas da Europa. No início de setembro, a Ford anunciou até 1.000 cortes na fábrica de Colônia dedicada a elétricos.
Na cadeia de autopeças alemã, a Bosch planeja eliminar 13 mil vagas, o que equivale a um décimo de sua força de trabalho local. Paralelamente, o maior fabricante mundial de baterias de lítio pausou as operações de uma mina na China.
Esses ajustes expõem a volatilidade da procura por elétricos na Alemanha, e concessionárias alertam que o avanço recente pode enganar. Além disso, o acordo firmado no final de 2024 prevê cortar mais de 30 mil empregos até 2030, o que equivale a 29% da força de trabalho na Alemanha.
Diante disso, investidores e reguladores reavaliam prazos e incentivos para a transição.
A despeito da liderança europeia em elétricos, o grupo vende menos do que precisa. Como segundo maior fabricante mundial e maior vendedor de elétricos na Europa, a Volks sinaliza alerta e aumenta a pressão sobre a Comissão Europeia para flexibilizar a proibição dos motores a gasolina até 2035.