Até 150 mil km: por que os freios dos carros elétricos duram até 3 vezes mais?

Freios de veículos elétricos duram mais devido ao sistema regenerativo, reduzindo custos e impacto ambiental. Saiba como funciona.

A manutenção de carros elétricos costuma ser significativamente mais simples e acessível do que a de veículos a combustão.

E um dos principais fatores que tornam esses modelos mais econômicos está justamente no sistema de freios, que apresenta uma durabilidade muito superior, chegando a rodar mais do que o dobro de quilômetros antes de precisar de troca.

Enquanto em veículos tradicionais as pastilhas geralmente precisam ser substituídas a cada 40 mil km, em muitos carros elétricos há relatos de pastilhas que ultrapassam os 100 mil km, com alguns casos chegando a até 150 mil km. Mas afinal, qual é o segredo por trás dessa resistência tão surpreendente?

A frenagem regenerativa: o diferencial dos veículos elétricos

O grande responsável pela longevidade do sistema de freios é a chamada frenagem regenerativa. Esse processo ocorre quando o motorista reduz a aceleração ou aciona o pedal do freio.

Nesses momentos, o motor elétrico deixa de ser apenas propulsor e passa a atuar como gerador, recuperando energia para recarregar a bateria e, ao mesmo tempo, oferecendo uma resistência que desacelera o veículo.

Segundo Carlos Augusto Roma, diretor técnico da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), essa desaceleração regenerativa já é suficiente para reduzir bastante a necessidade do uso dos freios mecânicos, o conjunto de discos e pastilhas.

Em alguns modelos, o sistema eletrônico integra automaticamente o freio hidráulico ao regenerativo, acionando o freio convencional apenas quando é realmente necessário.

Pastilhas e disco de freio em carro elétrico (Foto: Reprodução/Imagem gerada por IA)

Menos calor, menos desgaste, mais economia

Como o motor elétrico assume boa parte do trabalho de frenagem, as pastilhas de freio ficam reservadas principalmente para situações de emergência.

Isso significa menos atrito, menor geração de calor e, consequentemente, uma vida útil muito mais longa para discos e pastilhas.

Nos veículos a combustão, a desaceleração depende quase totalmente do atrito mecânico, o que gera desgaste constante e obriga à troca em intervalos relativamente curtos.

Já nos carros elétricos, é comum que os freios durem até o fim da vida útil do veículo em frotas urbanas, algo impensável nos modelos convencionais.

A manutenção que ainda é indispensável

Apesar da durabilidade impressionante, o sistema hidráulico de freio dos veículos elétricos continua existindo, e é fundamental dar atenção ao fluido de freio.

Assim como nos veículos a combustão, esse fluido absorve umidade com o tempo, o que pode comprometer a eficiência da frenagem e até causar corrosão nas tubulações.

Por isso, as montadoras recomendam seguir os intervalos de troca indicados no manual do proprietário, mesmo que as pastilhas ainda estejam em perfeito estado.

Sustentabilidade e benefícios ambientais

A maior durabilidade dos freios nos veículos elétricos não gera apenas economia para o bolso do motorista. Ela também representa uma importante contribuição para o meio ambiente, já que reduz significativamente a emissão de partículas finas e poluentes liberadas durante o desgaste dos freios tradicionais.

Assim, ao optar por um carro elétrico, o motorista não apenas economiza em manutenção, mas também ajuda a tornar a mobilidade urbana mais limpa e sustentável.

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