Autonomia recorde: chineses criam bateria de lítio-metal de estado sólido com 1.000 km

Pesquisadores chineses avançam no desenvolvimento de baterias de lítio-metal de estado sólido, prometendo mais potência e segurança.

O futuro dos carros elétricos e dispositivos de alta performance pode estar mais próximo do que imaginamos. Pesquisadores chineses deram um passo revolucionário no desenvolvimento de baterias de lítio-metal de estado sólido, prometendo autonomia de até 1.000 km para um modelo padrão de 100 kg.

Esse avanço não apenas dobra a capacidade das baterias atuais, que geralmente alcançam 500 km, como também aumenta a segurança e a durabilidade desses sistemas de armazenamento de energia.

O desafio das baterias de lítio-metal de estado sólido

Apesar de seu potencial, as baterias de estado sólido enfrentam um grande obstáculo técnico: a interface entre o eletrólito sólido, geralmente à base de sulfeto, e o ânodo de lítio-metal.

Enquanto o sulfeto é duro e quebradiço, o lítio é flexível, criando microdesconexões que dificultam o transporte eficiente de íons. Isso compromete tanto a carga quanto a descarga, limitando a performance e a confiabilidade das baterias.

Para superar esse desafio, pesquisadores chineses desenvolveram três abordagens inovadoras, que já demonstram resultados promissores.

Foto: Shutterstock

Três soluções inovadoras para baterias mais potentes

Confira a seguir três soluções consideradas inovadoras para baterias mais potentes:

  • Íons de iodo como mediadores

O Instituto de Física da Academia Chinesa de Ciências propôs o uso de íons de iodo na interface entre o eletrólito e o ânodo.

Durante a operação, esses íons preenchem lacunas microscópicas, melhorando o contato entre os materiais e permitindo um transporte mais eficiente de íons de lítio, aumentando a performance da bateria e sua capacidade de retenção de carga.

  • Flexibilidade mecânica do eletrólito

O Instituto de Pesquisa de Metais da Academia Chinesa de Ciências desenvolveu uma estrutura de polímero capaz de suportar flexão e torção sem quebrar, mantendo a integridade do eletrólito após até 20.000 ciclos.

Essa inovação não apenas prolonga a vida útil da bateria, como também aumenta a capacidade de armazenamento em até 86%, garantindo maior eficiência energética.

  • Reforço com materiais de poliéter fluorados

A Universidade de Tsinghua optou por incorporar uma camada de flúor ao eletrólito, aumentando a resistência a altas tensões e estabilizando a superfície do eletrodo.

Os testes mostraram que as células modificadas resistem a perfurações e temperaturas de até 120°C sem risco de explosão, reforçando a segurança e a estabilidade da bateria.

O futuro das baterias de estado sólido

Esses avanços indicam que a tecnologia de baterias de lítio-metal de estado sólido na China está prestes a redefinir padrões de autonomia, segurança e durabilidade.

Apesar disso, ainda são necessários testes industriais e validações em larga escala antes que as baterias possam ser aplicadas comercialmente em veículos elétricos e outros dispositivos de alta demanda energética.

Com o potencial de oferecer 1.000 km de autonomia, maior segurança contra superaquecimento e ciclos de vida muito mais longos, essas baterias podem revolucionar o mercado de mobilidade elétrica e abrir caminho para a próxima geração de tecnologias de armazenamento de energia.

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