Bahia celebra BYD: montadora ganha avenida com seu nome
CCJ da Bahia aprova renomear Avenida Henry Ford para Avenida BYD, refletindo mudança no polo industrial.
A Bahia atualizou seu mapa industrial e trocou o nome da Avenida Henry Ford pela Avenida BYD. A mudança, aprovada na terça-feira (23) pela CCJ da Assembleia Legislativa, foi proposta pelo deputado Júnior Muniz (PT) e recebeu votação unânime.
A via abriga a unidade da BYD em Camaçari (BA), reforçando a presença da fabricante chinesa na região.
Tiago Correia (PSDB), defendendo que a alteração reflita a realidade industrial e econômica atual do município, afirmou:
“O complexo da Ford não está mais na Bahia, e não faz sentido manter o nome da rodovia”.
Contexto do endereço e referências regionais
A avenida homenageava originalmente Henry Ford, fundador da Ford, após a montadora inaugurar sua planta no local em 2001. Com a saída da empresa do estado, o debate sobre a manutenção do nome ganhou força e relevância.
A Ford encerrou a produção, mas ainda mantém um centro de engenharia em Camaçari.
O batismo original da avenida refletiu o legado industrial da fabricante norte-americana. Entretanto, o cenário mudou com a chegada da BYD.
No setor, há paralelos regionais: na Argentina, a fábrica da Volkswagen também fica em uma Avenida Henry Ford, vizinha a uma unidade da Ford que, na época da AutoLatina, era compartilhada com a alemã.
Status operacional em Camaçari
Apesar do gesto político, a fábrica da BYD ainda não opera. A empresa não obteve a licença ambiental, e o cronograma segue atrasado. Até agora, ocorreram apenas treinamentos e atividades cenográficas.
Em julho, durante apresentação à imprensa, a BYD informou que pretende produzir no regime SKD até meados de 2026. Nesse formato, os carros chegam em kits semi desmontados. Assim, o trabalho local se limita à montagem, sem pintura, soldagem e outros processos complexos.
Enquanto prepara a estrutura, a chinesa aumentou o investimento na Bahia para R$ 5,5 bilhões. Entretanto, a fábrica enfrenta polêmicas. A principal envolve trabalho análogo à escravidão com operários chineses em situação migratória irregular.
Houve questionamentos sobre salários com valor único, independentemente de função ou especialização.
Próximos passos
O novo nome da avenida sinaliza alinhamento institucional à BYD e busca refletir a atual ocupação do polo industrial. Contudo, a operação depende de licenciamento e da superação de controvérsias trabalhistas.
Assim, o debate avança no campo político, enquanto o chão de fábrica aguarda autorização para sair do papel.