Black não compensa? Motivo que leva motoristas a priorizarem o Uber X surpreende passageiros
A verdade sobre o Uber Black e por que quase ninguém quer rodar nessa categoria.
Ao contrário do que muitos imaginam, nem todo motorista de aplicativo busca migrar para as categorias de luxo. Uma pesquisa inédita, conduzida pela GigU em parceria com a Jangada Consultoria, revelou que a maioria esmagadora dos profissionais prefere atuar nas categorias básicas, priorizando a estabilidade de renda em vez de corridas esporádicas e caras.
Segundo o levantamento, 82% dos motoristas da Uber concentram suas atividades na categoria Uber X, a mais acessível para os passageiros.
Uber X domina a preferência dos motoristas

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A lógica é simples: enquanto esperar por uma corrida de alto valor no Uber Black pode significar horas sem viagens, rodar na categoria popular garante um fluxo constante de corridas e uma renda mais previsível.
O estudo detalha ainda o uso das categorias premium:
- Uber Comfort: 41,2% (muitos alternam entre X e Comfort);
- Uber Black: apenas 9%;
- Uber Black SUV: 2,7%, praticamente um nicho restrito.
No concorrente 99, a realidade é similar: 58,6% dos motoristas operam no 99 Pop, enquanto as categorias de luxo e táxi representam menos de 2% da frota ativa.
Carro próprio ainda é regra
Outro mito desmentido pela pesquisa é a predominância de veículos alugados. 88,7% dos motoristas utilizam carro próprio para trabalhar, assumindo todos os riscos e custos do negócio, incluindo manutenção, seguro, IPVA e depreciação acelerada do veículo.
Essa realidade reforça a importância do planejamento financeiro e da gestão cuidadosa para quem depende exclusivamente do aplicativo como fonte de renda.
Apesar de parecerem onipresentes nas ruas, as motos para transporte de passageiros ainda têm participação reduzida entre os motoristas de apps: 5,5% dos entrevistados. No inDrive, essa modalidade é ainda mais restrita, com apenas 0,8% da frota.

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Prioridade: estabilidade e volume de corridas
De acordo com Luiz Gustavo Neves, CEO da GigU, o estudo mostra que “a maior parte dos motoristas prioriza categorias de alta demanda, buscando estabilidade de renda, equilibrando custo, segurança e oportunidade”.
A análise revela que, mais do que status, os profissionais estão focados em garantir um fluxo constante de corridas e minimizar os riscos financeiros, em vez de correr atrás de corridas esporádicas de alto valor.
Por fim, a pesquisa derruba mitos sobre a ambição por categorias de luxo e mostra uma realidade pragmática: os motoristas de aplicativo priorizam segurança, volume de corridas e uso do próprio veículo, consolidando a base do transporte por apps no Brasil.