Bomba de combustível antifraude será obrigatória em postos até 2029
Fraudes em combustíveis levantam a necessidade da instalação de bombas criptografadas em postos.
Fraudes em postos de combustíveis voltaram a ser assunto após a força-tarefa Carbono Oculto mobilizar 1.400 agentes e atingir 350 alvos em oito estados. Segundo reportagem do UOL, o esquema movimentava bilhões em sonegação, lavagem de dinheiro e adulteração de bombas.
Em resposta, uma tecnologia nacional ganhou tração: a bomba medidora criptografada. A obrigatoriedade alcançará todos os postos do país até 2029, com foco direto no chamado “golpe da bomba baixa”.
Além disso, a adoção promete reduzir brechas de manipulação eletrônica que enganam o consumidor no visor.
O que muda com a nova bomba de combustível?
Hoje, três frentes concentram as fraudes: adulteração do combustível, manipulação da medição e sonegação de impostos. No entanto, a mais difícil de flagrar é a bomba baixa, que interfere nos pulsos entre o medidor e o display.
Assim, o motorista paga por 40 litros, mas acaba recebendo menos produto sem perceber.
Imagem: Reprodução/Ipem
Camadas de proteção
A versão criptografada valida cada abastecimento com uma assinatura digital, um “carimbo” eletrônico único. Tentativas de alteração provocam travamento ou erro imediato.
O equipamento também oferece monitoramento remoto, memória inviolável e bloqueio dos cabos de automação, pontos historicamente explorados por fraudadores para burlar a medição.
Onde a tecnologia já existe
No estado de São Paulo, a rede já soma 171 postos com o sistema, dos quais 15 ficam na capital, totalizando 445 bombas em funcionamento.
Para orientar o consumidor, o Ipem-SP lançou a campanha Bomba Segura e um painel interativo no site, que permite localizar unidades certificadas por cidade.
O superintendente Marcos Heleno Guerson de Oliveira Junior reforça que a consulta amplia a transparência. Segundo ele, o motorista pode escolher locais verificados pelo Ipem-SP e ter a segurança de que o volume pago corresponde ao entregue.
Assim, a decisão de abastecimento ganha um parâmetro técnico adicional.
Custos, financiamento e cronograma
Segundo Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal (ICL), a bomba criptografada custa de 20% a 30% a mais que os modelos convencionais. Contudo, o setor discute linhas do BNDES para viabilizar a troca.
O cronograma nacional fixa a obrigatoriedade até 2029. Até lá, a presença ainda será exceção.
Como reduzir riscos até 2029
Enquanto a modernização avança, Kapaz recomenda cautela redobrada no abastecimento diário. Confira práticas simples que diminuem o risco de fraude, sobretudo onde a nova tecnologia ainda não está disponível.
- Desconfiar de preços muito abaixo da média local.
- Evitar promoções que aceitem apenas dinheiro ou aplicativos pouco conhecidos.
- Sempre pedir nota fiscal da operação.
- Conferir o selo do Inmetro ou do Ipem na bomba.
- Solicitar o teste da medida-padrão de 20 litros disponível no posto.
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Manter registros de compras para facilitar eventuais reclamações.
Sinais de alerta
Kapaz alerta que quem frauda em um ponto, costuma fraudar em outros. Portanto, se o estabelecimento tentar evitar o registro oficial da venda ou adotar práticas suspeitas, troque de posto imediatamente e comunique o ocorrido aos órgãos de fiscalização de sua cidade.
*Com informações do UOL.