Brasileiros consomem etanol além do esperado em 2024. Por quê?
Consultoria estima aumento na demanda por combustíveis no país em 2024, com maior contribuição do biocombustível para a conta.
O consumo de etanol e gasolina deve crescer 2,4% no Brasil em 2024 frente ao volume registrado no ano passado, para 58,6 bilhões de litros, estima a consultoria StoneX. Os dados apontam uma perspectiva mais positiva para o mercado e um forte impulso do biocombustível no resultado.
A estimativa leva em conta os dados parciais de vendas de combustíveis do ciclo Otto, que registrou aumento de 4,7% no primeiro quadrimestre deste ano. Também entram na conta os fluxos de veículos novos e as projeções atualizadas do crescimento econômico.
“Outro fator de destaque é a dinâmica entre os combustíveis leves. A StoneX projeta uma ampliação do ‘share’ de etanol hidratado em 2024 para 25% (contra 24,2% estimado em abril), com a demanda totalizando 20,9 milhões de metros cúbicos (ou bilhões de litros) no ano”, destaca a consultoria em relatório.
Até fevereiro, a StoneX previa alta de 1,9% na demanda pelos dois produtos, para 58,3 bilhões de litros. Porém, o ritmo das vendas de etanol levou a uma revisão dos dados.
“As vendas do biocombustível seguem em ritmo elevado frente 2023 em meio a preços mais competitivos (do hidratado), especialmente no centro-sul”, diz o documento.
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Preço da gasolina
A gasolina tipo C, vendida ao consumidor nos postos após a mistura do produto puro com etanol anidro, deve continuar com preços menos vantajosos ao longo de 2024, ao menos nas principais regiões consumidoras do país.
“Dessa forma, a StoneX aprofundou a queda esperada da demanda brasileira para -4,4%, devendo ficar em 44 milhões de metros cúbicos (de gasolina) – contra estimativa inicial de 44,2 milhões de m³”, afirma.
A declaração sinaliza um recuo na participação de mercado para o etanol hidratado. Em 2023, a gasolina C bateu um recorde de vendas no país.
No mesmo comunicado, a consultoria menciona o aumento nas vendas de veículos leves neste ano, que pode chegar a 12%, conforme estimado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). “Novos automóveis aumentam a disponibilidade de veículos a serem utilizados pelas famílias que, quando com maior nível de renda disponível, tendem a consumir mais combustíveis”, completa.