BYD não deve elevar os preços dos carros para compensar aumento de imposto

Segundo um executivo da marca no Brasil, não haverá reajuste como reflexo ao aumento da alíquota do imposto de importação.

A BYD encerrou o mês de maio trazendo um grande navio cargueiro com mais de 60 mil unidades de carros ao Brasil. Por trás desse grande volume está a perspectiva de aumento na alíquota do imposto de importação para carros elétricos, que continuará subindo gradualmente até 2026.

Essa é uma das estratégias da marca chinesa para manter uma gama interessante para o comprador sem precisar aumentar os preços como resposta ao ajuste no tributo. A partir de julho, a alíquota passará de 10% para 18% sobre carros elétricos e de 12% para 20% sobre os híbridos plug-in.

Segundo Henrique Antunes, diretor comercial da BYD Brasil, a marca não aumentará os preços em razão do acréscimo no imposto. Porém, outros motivos podem motivar um reajuste.

“Zero. Não reajustaremos nada por causa do aumento de imposto, mas a elevação da cotação do dólar poderá, sim, mexer nos valores”, comentou.

A decisão coloca a BYD na contramão de outras montadoras que operam no Brasil, já que a maioria realiza ajustes periódicos nos preços para compensar a carga tributária e refletir as variações do câmbio.

Planos para o futuro da marca

As vendas mensais da marca chinesa cresceram 38,13% em maio na comparação anual, para 331.817 unidades emplacadas, contra 240.220 em igual período do ano passado. Os números refletem a trajetória ascendente da marca no mercado automotivo mundial.

Em abril, Antunes afirmou que “a BYD quer estar no Top 3 do mercado brasileiro em 2027”. A meta é ambiciosa, mas o crescimento da montadora por aqui aumenta a confiança do executivo.

Para impulsionar esses planos, a empresa aposta na construção de uma fábrica em Camaçari (BA), na antiga planta de produção da Ford. Esta será a primeira unidade da marca chinesa dedicada à produção de carros fora da Ásia.

“Será o maior polo industrial da BYD fora da China e contará com um investimento de R$ 5,5 bilhões. Geraremos 10 mil empregos e entraremos em operação no fim do ano. Na primeira fase, os carros serão montados na Bahia e, em 2025, começará o processo de fabricação em Camaçari”, disse Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD. “A capacidade instalada da fábrica será de 150 mil veículos por ano na primeira fase e chegará a 300 mil veículos por ano na segunda fase”, completou.

O modelo mais acessível da marca no mercado brasileiro é o Dolphin Mini, que parte de R$ 115.800. Já o mais caro é o sedã de luxo Han, com preço sugerido de R$ 536 mil.

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