Carro a álcool retorna com força ao mercado, agora em versões híbridas

Grupo automotivo quer trazer de volta ao mercado os veículos movidos 100% a etanol ou com tecnologia híbrida.

Com foco em um futuro mais “verde” para o ramo automotivo, o grupo Stellantis quer trazer de volta ao mercado os carros movidos 100% a etanol ou com tecnologia híbrida que concilia o biocombustível à eletricidade. Segundo a empresa, os primeiros veículos devem estrear em 2025.

O grupo não confirmou datas exatas para a chegada dos modelos estreantes, mas afirmou que serão dois e que farão parte de um plano estratégico batizado de “Bio-Hybrid”. Considerando as marcas sob o guarda-chuva da Stellantis, muitos indícios apontam que Fiat e Jeep serão as escolhidas. Já o motor deverá ser o mesmo 1.3 turbo que atualmente equipa as linhas com motorização flex.

Vale lembrar que a marca italiana foi a primeira a lançar um automóvel movido a álcool no Brasil, ainda em 1979, o 147, carinhosamente conhecido como “cachacinha”.

Motor 100% a etanol

A autonomia semelhante, com menor emissão de poluentes e um preço mais baixo por litro de combustível, é a maior vantagem desse tipo de motor em relação aos carros flex, que utilizam etanol e gasolina. Isso é resultado da calibração dedicada apenas a um combustível, que melhora a eficiência energética.

Segundo a Stellantis, o propulsor já está pronto. “O motor 100% a etanol foi desenvolvido, é de alta eficiência e já está disponível pela Stellantis. E ele pode ser utilizado associado à tecnologia Bio-Hybrid”, diz Márcio Tonani, vice-presidente sênior dos centros técnicos de engenharia da montadora para a América do Sul.

No Brasil, o combustível renovável compensa parte das emissões de CO2 a partir da absorção pela cultura da cana-de-açúcar. Embora seja antigo, o plano nunca foi bem aceito pelos motoristas, traumatizados com a falta de etanol nas bombas no fim da década de 1980, quando quase 90% da frota nacional era movida a álcool.

A situação mudou com a estabilização dos preços e da oferta, mas agora as preocupações são outras. “Na minha visão, o caminho é o híbrido flex e não o etanol puro, que demandaria o desenvolvimento de um novo motor, com novas calibragens, entre outros itens”, opina José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos).

Segundo o especialista, as diferenças “quase nulas” entre os preços de gasolina e etanol em certas regiões do Brasil “não justificariam o desenvolvimento de um veículo apenas a etanol”.

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