Carro ‘barato’ da Volvo em perigo? Como decisão do governo brasileiro muda o jogo

Além das chinesas, a Volvo, conhecida por seus carros de luxo, vai ser afetada diretamente pela retomada de impostos sobre modelos eletrificados.

A partir de janeiro, o imposto de importação para carros elétricos será reintroduzido. A decisão do governo federal impacta não apenas as fabricantes chinesas, que movimentavam o mercado com opções mais acessíveis, desafiando a concorrência, mas também afeta marcas de luxo, como a Volvo, que planeja uma incursão no Brasil com modelos mais populares.

Nesse contexto, a Volvo revelou detalhes do EX30, um SUV compacto e elétrico com preços a partir de R$ 219.950. Este valor é equiparável aos utilitários esportivos a combustão de marcas mais populares. A ação teve uma aceitação excepcional, com quase 2 mil unidades vendidas em pouco mais de um mês, durante a pré-venda.

EX30

O modelo de entrada, CoreE40, se destacou por se tornar o modelo premium mais acessível da categoria. Apresenta uma autonomia de 344 km, podendo chegar a 480 km na versão intermediária Core E60 (R$ 239.950).

A marca planeja assegurar 8,5 mil das 17 mil unidades projetadas para venda no próximo ano. No entanto, esses planos podem ser afetados pela tributação de importação de veículos eletrificados. A carga tributária será de 10% em janeiro de 2024, 18% em julho do mesmo ano, 25% em julho de 2025 e, por fim, 35% em julho de 2026.

Dessa forma, o modelo ficará entre R$ 21 mil e R$ 27 mil mais caro já em janeiro. Importante notar que, em relação à concorrência, pouca coisa muda, uma vez que todos os modelos elétricos importados estarão sujeitos à mesma taxação.

No entanto, a intenção da marca era atrair os chamados “upgraders” para o seu primeiro veículo elétrico, visto que os valores estavam próximos aos de SUVs como o Jeep Compass Limited T270 ou mesmo o Toyota Corolla Cross XRX Hybrid, que é produzido no Brasil.

Desestímulo à eletrificação

Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) acredita que a medida, ao invés de proteger a cadeia produtiva nacional, pode prejudicar a chegada de novos investimentos.

O presidente da entidade, Ricardo Bastos, afirma que “o resultado será muito ruim para os investidores e para o mercado. Vai encarecer o preço dos veículos elétricos e híbridos no Brasil e afetará as decisões de investimento das empresas que apostavam em regras estáveis para produzir veículos elétricos em território nacional.”

A ABVE também se opõe às cotas de importação de veículos elétricos e híbridos com isenção de imposto, anunciadas pelo governo federal, considerando a medida insignificante diante dos planos de investimentos em eletromobilidade dessas montadoras no Brasil.

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