Carro elétrico vem com estepe? Proprietários notam diferença estranha
Modelos vendidos por preços mais baixos enfrentam problemas com peças de reposição.
A chegada das montadoras chinesas ao Brasil foi o marco para o segmento de carros elétricos, especialmente após o lançamento do BYD Dolphin Mini. O compacto desembarcou em terras brasileiras com a promessa de preço mais baixo e muita tecnologia.
A recepção do modelo foi tão boa que hoje ele é o veículo elétrico mais vendido do país, com uma boa folga em relação ao segundo colocado. No entanto, existe um problema que incomoda bastante seus novos proprietários: a falta de estepe.
Ninguém acostumado a comprar um carro novo imaginaria que o produto viria sem estepe, mas isso ocorreu com o modelo da BYD, vendido por R$ 115.800. O preço nem é desculpa, já que o Renault Kwid E-Tech, que atualmente custa R$ 99.990, entrega o componente de fábrica.
Novidade só para o Brasil
Foto: New Africa/Depositphotos
Em março, quando o Dolphin Mini totalizava cerca de 8 mil unidades vendidas, a montadora chinesa anunciou a importação de um lote de pneus por avião e outro lote por navio para evitar a falta de peças de reposição.
O problema já estava gerando reclamações, uma vez que a medida do item (175/55 R16) é inédita no Brasil. Até que o fabricante original, Linglong, anunciou a distribuição dessa medida por aqui.
A situação fica ainda pior porque o modelo não vem com estepe, e sim com um kit de reparo. Ele serve apenas para pequenos danos, mas não adianta em nada, por exemplo, quando o componente é rasgado após o impacto contra um buraco.
Essa solução do kit de reparo funciona perfeitamente bem em países com vias de maior qualidade, onde a maior parte dos furos em pneus ocorre por conta de objetos perfurantes. Por outro lado, ela não é eficaz no nosso país, onde as ruas e rodovias são bem mais precárias.
É por isso que o brasileiro que eventualmente estourar o pneu do Dolphin Mini em um buraco provavelmente precisará de um guincho para sair do local.
Percebendo essa diferença entre mercados, montadoras como a BMW e outras recuaram e voltaram a oferecer o estepe como item de série nos carros vendidos no Brasil e em outros países com menos infraestrutura. Resta saber se a BYD também fará o mesmo.