Carro flex: por que o veículo gasta mais com etanol do que com gasolina?

Escolher o combustível mais vantajoso ainda é difícil para os donos de carros com motorização flex.

No dia 24 de março de 2003, a Volkswagen realizou uma cerimônia na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) que marcaria o lançamento do primeiro carro flex no Brasil. As entregas do Gol só começaram meses depois, quando a Fiat já havia apresentado dois modelos com a mesma motorização.

Uma das maiores vantagens do sistema é a possibilidade de funcionar com gasolina ou etanol, o que favorece o bolso do consumidor. Hoje, mais de 20 anos depois, o carro flex é algo comum para os brasileiros e está presente nas ruas de todo o país.

Mas, mesmo com mais de duas décadas de presença de veículos de combustível duplo, ainda existem muitas dúvidas a respeito do uso dos dois combustíveis. Os proprietários querem saber, por exemplo, porque o etanol rende menos que a gasolina.

Foto: Shutterstock

Por que o etanol gasta mais do que a gasolina?

O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBVE) do Inmetro aponta a média de consumo dos carros vendidos no Brasil. A partir dessa pesquisa, podemos comprovar que o consumo do veículo com etanol é inferior ao gasto quando abastecido com gasolina. Por quê?

O motivo é que o poder calorífico do álcool é cerca de 30% inferior ao do derivado de petróleo, ou, em outras palavras, o primeiro tem cerca de 30% a menos de energia interna que o segundo. É por isso que o preço do etanol nos postos de combustível costuma estar sempre mais baixo, tornando-o competitivo em relação à gasolina.

Apesar dessa desvantagem, o biocombustível tem benefícios como a maior octanagem, que favorece o desempenho do motor. Além disso, é considerado o combustível mais limpo do mundo, capaz de reduzir em até 90% as emissões de carbono de ponta a ponta (da produção até o uso).

“O etanol é um instrumento importante para a descarbonização, especialmente nos países em região tropical, e o Brasil se destaca neste sentido porque já tem experiência de longa data: começamos a misturar gasolina com etanol em 1931 e, entre os anos 1970 e 1980, vieram os carros movidos a etanol”, destaca Luciano Rodrigues, diretor da Unica.

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