Carros chineses demais no Brasil? Fabricantes nacionais pedem aumento nas tarifas de importação

Márcio de Lima Leite defende elevação da alíquota de importação para 35% diante do avanço de veículos elétricos chineses no Brasil.

O mercado automotivo brasileiro está passando por uma mudança significativa com o aumento das importações de veículos, especialmente os modelos elétricos da China. Este cenário tem gerado preocupações entre as montadoras locais, que buscam medidas para proteger a indústria nacional. Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, a situação exige uma resposta urgente.

Em 2024, o Brasil registrou um recorde na importação de carros, com 466,5 mil unidades, 33% a mais do que no ano anterior. Cerca de 200 mil desses veículos são elétricos chineses. Esse aumento está sendo visto como uma ameaça à competitividade das fabricantes nacionais, que defendem a elevação das tarifas de importação.

Impactos das tarifas reduzidas

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Atualmente, a alíquota de importação para carros a combustão é de 35%, a mais alta permitida pela OMC. No entanto, os veículos eletrificados tinham impostos reduzidos, recentemente ajustados para 18%. Essas tarifas estão previstas para subir novamente, atingindo 35% em 2026.

Confira abaixo os dados sobre o aumento nas alíquotas até 2026:

  • Carros elétricos: 18% (atual), 25% (julho 2024) e 35% (julho 2026)
  • Híbridos plug-in: 20% (atual), 28% (julho 2024) e 35% (julho 2026)
  • Híbridos leves e plenos: 25% (atual), 30% (2024) e 35% (2026)

A Anfavea prioriza o aumento das exportações, que caíram 1,3% em 2024, totalizando 398,5 mil unidades. A Argentina tem sido um mercado significativo, mas a participação do Brasil na América Latina caiu de 24% para 17% em cinco anos. Esse desequilíbrio é descrito como uma “tempestade perfeita”.

Posição do Brasil no mercado global

Com um total de 2,6 milhões de veículos licenciados em 2024, o Brasil conquistou o sexto lugar no mercado global. A produção alcançou 2,5 milhões de unidades, um aumento de 9,7% em comparação com o ano anterior, mostrando sinais de recuperação e aquecimento do setor automotivo.

A Anfavea projeta um crescimento contínuo para 2025, com um aumento de 6,3% nos emplacamentos e 7,8% na produção.

Por fim, a entidade busca alcançar vendas de 3 milhões de unidades, embora o cenário econômico, influenciado por taxas de juros altas e dólar valorizado, represente riscos significativos para atingir esse objetivo.

*Com informações da Bloomberg Línea

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