Carros elétricos são trocados 4x mais rápido que modelos a combustão

Levantamento revela que um carro a combustão é substituído, em média, a cada 12 anos, enquanto um elétrico leva apenas três.

Em um cenário de preços altos e queda na renda da população, é natural que muitos motoristas adiem ao máximo a compra de um carro novo.

Um estudo da S&P Global Mobility concluiu que a idade média dos veículos nos Estados Unidos chegou a 12,6 anos, um recorde nos últimos seis anos. Porém, a situação é diferente com os carros elétricos.

A idade média dos veículos movidos a bateria é de cerca de 3,5 anos, número que se mantém estável desde 2019. O que explica essa diferença de cerca de quatro vezes no tempo de troca é o fato de grande parte dos modelos eletrificados em operação ainda serem novos.

Também contribui para o intervalo menor o avanço tecnológico e o aumento na disponibilidade de opções elétricas no mercado.

Atualmente, as fabricantes investem em modelos a bateria e em infraestrutura de carregamento, o que incentiva os motoristas a atualizarem seus automóveis com mais frequência.

Além disso, no caso dos carros a combustão, a substituição mais demorada reflete a falta de estoque nas concessionárias nos últimos anos, sobretudo desde a pandemia de covid-19.

Outro fator contributivo para que as pessoas mantenham o mesmo produto por mais tempo são a inflação e as taxas de juros mais elevadas.

Má notícia para os donos de carros elétricos

Embora o tempo de substituição dos elétricos seja menor e sua popularidade continue crescendo, 6,6% da frota desse segmento deve sair de operação em um período de 10 anos.

Por outro lado, 5,2% dos modelos a combustão ficarão inoperantes em até uma década, segundo o estudo.

Os resultados indicam que a indústria ainda precisa se empenhar em criar produtos elétricos mais duráveis e confiáveis para competir com os tradicionais nesse quesito.

Vale citar ainda que as altas taxas de juros também prejudicaram o interesse do consumidor em relação aos veículos elétricos, que geralmente são mais caros.

“Começamos a ver ventos contrários no crescimento das vendas de EVs no final de 2023 e, embora haja alguns desafios no caminho para a adoção de EVs que podem aumentar a idade média deles, ainda esperamos um crescimento significativo na participação de veículos elétricos em operação na próxima década”, destaca Todd Campau, líder da prática de pós-venda da S&P Global Mobility.

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