Carros inundados podem ser recuperados nestes casos; confira como

Descubra o que fazer quando seu carro enfrenta um alagamento e quando há possibilidade de recuperação do bem.

Milhares de carros afetados e milhões de reais em indenizações pagas por seguradoras são algumas consequências materiais das recentes enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), foram registrados 8.216 sinistros e mais de R$ 557,4 milhões em ressarcimentos após a tragédia.

Essa conta inclui apenas os automóveis com seguro, deixando de fora milhares de bens que não tinham apólice. O Detran-RS ainda deve estar contabilizando os prejuízos do desastre, que devem ser divulgados em breve.

O que muitos proprietários querem saber agora é sobre a possibilidade de recuperação dos carros alagados nos municípios gaúchos. Será que é possível colocar o veículo para rodar de novo?

Primeiros passos

A primeira coisa que o dono do veículo atingido deve fazer é verificar se o seguro cobre danos provenientes de causas naturais, o que é comum na maioria das apólices. Desde que o motorista tenha contratado o seguro total com essa cláusula, a seguradora é obrigada a ressarcir as perdas.

Quando o cliente contrata o seguro, a assistência já está inclusa, qualquer que seja a situação, inclusive catástrofe. Geralmente, não existe cláusula excludente de assistência”, explica Antonio Azevedo, vice-presidente da Alper Seguros.

Segundo o especialista, o prazo para pagamento da indenização depende do tempo que o segurado leva para apresentar os documentos necessários. Após a conclusão do processo, o pagamento é feito em cerca de 15 dias.

Porém, para os condutores que contrataram apenas a apólice com cobertura para terceiros ou incêndio e roubo, por exemplo, não há ressarcimento.

Quando há chance de recuperação?

As seguradoras respeitam o contrato na hora de avaliar veículos atingidos por causas naturais. Via de regra, o ressarcimento é de 100% do valor da Tabela Fipe (ou a referência estabelecida em contrato) quando os danos são superiores a 75% do valor do automóvel, situação conhecida como PT (perda total).

“Para o carro ser recuperado, o valor dos prejuízos — ou seja, do conserto — não pode ultrapassar 75% do valor do veículo. Se o orçamento da recuperação do veículo ultrapassar esse montante, a seguradora será obrigada a declarar perda total, e nesse caso não haverá possibilidade de recuperar o carro”, detalha o executivo.

Segundo Alexandre Dias, da Guia Norte Auto Center, todos os veículos alagados do Rio Grande do Sul que passaram por sua oficina foram considerados perda total.

No entanto, quando há chance de recuperação do carro, a empresa avalia os danos e elabora um orçamento. Em geral, veículos atingidos pela água somente até a metade da roda são facilmente “salváveis”, mas, quando a enchente ultrapassa esse ponto, a recuperação se torna mais complicada.

Depois de uma avaliação completa de sistemas como motor, transmissão, módulos e parte elétrica, a seguradora avalia o preço da limpeza do interior, que também pode ser bem alto. Cabe destacar que, mesmo que a empresa faça um ótimo trabalho de higienização, dificilmente o carro ficará como antes.

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