Carros populares: presidente da GM diz que ‘brasileiro não quer carrinho’

Durante coletiva de imprensa para anunciar novo ciclo de investimentos da marca, chefão da Chevrolet fala sobre carros populares.

Há quem diga que não existem mais carros populares no Brasil, máxima que pode ser considerada verdadeira no mercado nacional. Hoje, o modelo de entrada mais barato à venda no país custa mais de R$ 70 mil, preço bem longe de ser acessível para a maioria da população.

Nos últimos anos, as montadoras seguiram uma tendência de retirar os veículos mais baratos de linha para lucrar mais com modelos mais equipados. No que depender da Chevrolet, nenhuma mudança deve ocorrer nesse cenário.

O presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, afirmou em entrevista coletiva que a oferta de um carro popular menos equipado não está na mira da empresa.

“O brasileiro não quer carrinho, quer carrão. Nossa estratégia é oferecer em todos os segmentos que atuamos uma possibilidade mais acessível”, afirmou durante o evento para anúncio de um novo ciclo de investimentos da Chevrolet.

Chamorro avalia que um “carro de entrada” para muitas famílias pode ser, por exemplo, um Onix Plus, enquanto para outras serve uma Montana. Segundo ele, isso dificulta a definição do segmento. Além disso, o executivo pontuou que o mercado de usados tem suprido bem a demanda por automóveis mais baratos.

Vender menos e lucrar mais

O modelo de vendas que priorizava o volume foi abandonado pelas marcas, que agora focam no valor agregado, diz Ricardo Bacellar, fundador da Bacellar Advisory Boards. Antes, a quantidade de vendas feitas pela indústria automotiva compensava o lucro baixo com modelos mais em conta, mas a pandemia acabou com essa estratégia.

“A falta de componentes para a construção dos carros piorou a situação, já que as montadoras investiram em uma produção grande de veículos e não conseguiram finalizá-los. Como a indústria estava sem volume de carros para vender e rentabilizar o negócio, precisou apostar em veículos com maior valor agregado, que são mais rentáveis. Isso deixa os carros populares de lado no portfólio de vendas”, explica o consultor.

Ele afirma ainda que as montadoras não estão dispostas a atender à demanda por carros populares. “A proposta agora é em maior valor agregado e maior margem de rentabilidade”, completa.

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