CNH sem autoescola: habilitação ficará barata, mas teste será MAIS difícil que nunca
Projeto do governo federal busca tornar a CNH mais acessível com aulas online, mas endurece a prova final.
O processo para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil pode passar por uma transformação histórica.
O governo federal estuda mudanças que permitem a emissão da CNH sem a necessidade de frequentar uma autoescola, com aulas teóricas a distância e instrutores autônomos, buscando reduzir custos e democratizar o acesso ao documento.
No entanto, especialistas alertam que as provas prática e teórica poderão se tornar mais exigentes, com o objetivo de manter a segurança no trânsito.
Por que eliminar a obrigatoriedade da autoescola?
A proposta do Ministério dos Transportes visa tornar a CNH mais acessível, especialmente para as categorias A (motos) e B (carros), cujo custo atual pode chegar a R$ 5 mil em alguns estados, valor proibitivo para grande parte da população.
Com a medida, estima-se que o custo médio caia para cerca de R$ 700, representando uma economia de até 80% e abrindo oportunidades para milhões de brasileiros que ainda circulam sem a habilitação adequada.
Dados recentes indicam que cerca de 20 milhões de pessoas dirigem sem CNH no país e que 45% dos motociclistas não são habilitados, reforçando a necessidade de alternativas mais acessíveis e flexíveis para obter a carteira de motorista.
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Aulas online e instrutores autônomos
O projeto prevê que as aulas teóricas não precisem mais ser realizadas obrigatoriamente em uma autoescola tradicional.
O candidato poderá estudar de forma independente por meio de aulas online (EAD) fornecidas por empresas credenciadas ou utilizando material didático disponibilizado pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
Na etapa prática, instrutores autônomos credenciados pelos Detrans poderão ministrar as aulas de direção, eliminando a exigência de um número mínimo de horas em uma autoescola. O sistema oficial permitirá identificar e registrar esses instrutores, garantindo rastreabilidade e segurança.
Segurança e exigência das provas
Apesar da flexibilização, as autoridades reforçam que a segurança no trânsito não será comprometida. Para compensar a maior autonomia no aprendizado, as provas teóricas e práticas poderão ser mais rigorosas.
Especialistas apontam que a medida busca equilibrar o acesso democratizado e a responsabilidade no trânsito, evitando o aumento da letalidade.
Organizações como a Associação Nacional de Detrans (AND) defendem a participação ativa dos Detrans na fiscalização e na validação do projeto, garantindo que os critérios técnicos sejam respeitados.
Autoescolas continuam sendo opção
Mesmo com as mudanças, as autoescolas tradicionais não desaparecerão. Elas continuarão oferecendo cursos completos para aqueles que preferirem o método clássico de ensino, com instrutores treinados e estrutura de apoio.
O projeto de flexibilização da CNH representa um passo importante rumo à modernização do processo de habilitação, utilizando tecnologia e ensino a distância para reduzir custos e ampliar o acesso.
No entanto, exige atenção às regras de segurança e à adaptação dos candidatos às provas mais exigentes. Se aprovado, o modelo promete transformar a forma como milhões de brasileiros conquistam a carteira de motorista, tornando o processo mais ágil, econômico e inclusivo.