Combustível do futuro leva hidrogênio e um ingrediente curioso que todo mundo tem em casa
Estudo aponta a possibilidade de criação de um novo combustível a partir de ingredientes simples.
A eletrificação não é o único caminho que pode levar a indústria a uma frota de veículos com menor emissão de carbono. Existem pesquisas e estudos feitos por grandes empresas do setor para o desenvolvimento de combustíveis “limpos”, à base de elementos como o hidrogênio.
Uma pesquisa publicada na revista científica Cell Reports Physical Science apontou que é possível criar um novo combustível de hidrogênio com ingredientes simples, um deles presente na despensa de milhões de famílias. Parece difícil acreditar, mas os cientistas reconheceram a possibilidade.
Os elementos combinados com o hidrogênio são pó de café, água do mar e alumínio. Todos eles têm fácil acesso pela população, e é por isso que a solução parece tão curiosa.
Combustível de hidrogênio com ingredientes comuns
Foto: Shutterstock
Segundo o estudo, a tecnologia é baseada no processo químico que ocorre quando o alumínio entra em contato com a água: ele remove o oxigênio presente nela, deixando apenas o hidrogênio.
Até aí, tudo bem, mas onde o café entra nessa história? A cafeína é rica em imidazol, composto que acelera significativamente a reação do alumínio com a água do mar. Como essa reação com o elemento ocorre de forma lenta, o uso do pó de café se torna essencial para acelerar o processo.
No experimento publicado na revista, o processo levou cinco minutos quando feito com água fresca deionizada. Utilizou-se um pellet de alumínio de 0,3 gramas para produzir 400 ml de hidrogênio, ou seja, cerca de 1 grama de pellets pode fazer até 1,3 litros de hidrogênio.
Os resultados ilustram o potencial do método na produção de grandes quantidades de hidrogênio de forma mais acelerada, tecnologia bastante útil em aplicações marítimas. Em vez de transportar tanques enormes de hidrogênio, as embarcações poderiam apenas carregar alumínio e adicioná-lo à água do mar para produzir combustível.
“Isso é muito interessante para aplicações marítimas, como barcos ou veículos subaquáticos, porque não precisaríamos carregar água do mar – ela está prontamente disponível”, destaca Aly Kombargi, líder da equipe de pesquisadores.