Como a indústria automotiva escolhe as cores de carros no Brasil?

Novos modelos de carros no Brasil trazem um leque de cores vibrantes e tendências inovadoras, desafiando a paleta tradicional.

No começo do ano passado, as ruas brasileiras testemunharam a chegada de diversos modelos de carros com um visual atualizado. Essa renovação inclui desde o design até a paleta de cores, passando por elementos comuns como faróis afilados, grades mais finas e frentes bem definidas.

Contrariando a predominância de cores neutras — como branco, prata, cinza e preto — em mais de 80% dos carros, novas cores vibrantes surgem nos modelos como Renault Kardian e Ford Mustang 2024. Esse movimento busca atrair consumidores com um toque de inovação e personalidade.

Com essas novidades, a indústria automotiva tenta transformar o cenário de cores nas ruas brasileiras. As montadoras, além de introduzir inovações estéticas, investem em tecnologias de pintura para intensificar a vivacidade das cores.

Tendências de cores: do tradicional ao ousado

Foto: Shutterstock

Essa mudança na indústria visa não apenas renovar a aparência dos veículos, mas também conquistar novos perfis de consumidores.

A Chevrolet e a Ford, por exemplo, destacam-se pelas suas paletas renovadas. A Chevrolet Spin, agora em azul metálico Boreal, traz um contraste sutil com seu design angular. Já o Ford Mustang, inspirado nos anos 1980, apresenta os tons vibrantes vermelho Zadar e azul Algarve, desenvolvidos para realçar os contornos da carroceria.

Essas novas cores não são meras escolhas estéticas; elas foram cuidadosamente desenvolvidas para manter seu brilho sob condições adversas, utilizando um verniz especial. A tecnologia garante que a intensidade das cores não se perca com o tempo, mantendo os veículos sempre com aparência nova.

Novas abordagens e público-alvo

O Renault Kardian simboliza uma abordagem jovem e energética com sua cor laranja Energy. Essa escolha visa atrair um público que busca inovação e vitalidade.

Renault Kardian (Foto: Divulgação/Renault)

Por sua vez, a BYD opta por um perfil mais tradicional. Seus modelos, como o Dolphin Mini, exibem cores clássicas como preto e branco, mas incluem variações como o verde Sprout.

Impacto e desafios no mercado de cores automotivas

Se por um lado as cores vibrantes representam uma tentativa de inovação, por outro, o mercado ainda é fortemente influenciado pela preferência por tons neutros.

Segundo dados de empresas de pintura automotiva, branco, preto e cinza representam até 85% do mercado brasileiro, enquanto cores como azul e vermelho possuem uma participação modesta.

Essa preferência reflete uma preocupação dos consumidores com a desvalorização dos veículos, já que cores menos convencionais podem impactar negativamente no valor de revenda. No entanto, a tecnologia avançada pode mudar essa percepção, garantindo que cores vibrantes retenham seu valor por mais tempo.

Influências externas e o futuro das cores automotivas

As tendências de cores não são influenciadas apenas pela indústria automotiva, mas também pela moda e tecnologia. O tom Starry Night, por exemplo, simboliza a busca por inovação, mesclando preto com flocos azulados para um efeito moderno.

Essa influência externa pode moldar futuras paletas, tornando as cores dos carros uma extensão da identidade pessoal dos consumidores.

Embora as ruas brasileiras ainda sejam majoritariamente neutras em termos de cor, a introdução de novas tecnologias e tendências pode redefinir esse cenário nos próximos anos. As montadoras têm o desafio de equilibrar inovação estética com o conservadorismo do mercado, trazendo cores que reflitam tanto a personalidade quanto o valor sustentado.

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