Consórcio de carro: será que vale mesmo a pena?
Economize até 6x mais que no financiamento. Veja como funciona o consórcio de carro.
Comprar um carro no Brasil está cada vez mais caro, e para muitos consumidores o planejamento financeiro se tornou essencial. Diante desse cenário, o consórcio de veículos surge como uma alternativa inteligente ao financiamento tradicional.
Com taxas médias de apenas 0,15% ao mês, o consórcio pode custar até seis vezes menos do que um financiamento convencional. Mas, afinal, como ele funciona, quais são suas vantagens e riscos?
Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), o país registrou 11,73 milhões de participantes ativos em 2025, um crescimento de 10% em relação ao ano anterior.
A modalidade tem ganhado força entre quem busca planejamento financeiro e flexibilidade na compra de automóveis.
Como funciona um consórcio de carros?

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O consórcio é uma forma de compra coletiva em que uma administradora reúne pessoas interessadas no mesmo bem, no caso, um carro. Cada participante paga uma mensalidade que inclui taxas reduzidas e concorre à contemplação por sorteio, lance ou quitação.
Thiago Savian, diretor comercial da Unifisa, explica: “O consórcio é como um boleto do próprio bem, onde você paga para si mesmo. A contemplação permite usar a carta de crédito e adquirir o carro, mas a dívida contratual deve ser quitada integralmente.”
De forma prática, imagine um grupo de 100 pessoas com interesse em um carro de R$ 100 mil, pagando parcelas mensais por 100 meses. A cada mês, pelo menos um participante é contemplado com a aquisição de seu veículo.
Formas de contemplação

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Existem diferentes maneiras de ser contemplado.
- Sorteio pela Loteria Federal: participação gratuita, sem custos adicionais.
- Lance livre: os consorciados oferecem porcentagens do valor da carta de crédito; o maior lance é contemplado.
- Lance fixo: valor definido pela administradora, garantindo condições mais justas para todos os participantes.
- Troca de chaves: quando o consorciado oferece um veículo usado como lance para adquirir outro carro.
Tipos de consórcios e paciência necessária
O mais comum é o consórcio de veículos, mas há modalidades para imóveis, cursos, viagens e até ferramentas. Uma característica importante é a necessidade de paciência: a contemplação pode ocorrer no primeiro mês ou apenas ao final do plano.
Estratégias como a “meia parcela” ajudam a tornar o início mais acessível, mas o participante deve estar preparado para esperar.
Custos e taxas
Embora não haja juros como em financiamentos, existem taxas que podem impactar o valor total.
- Taxa de administração: remuneração da administradora.
- Fundo de reserva: proteção contra desistências de consorciados.
- Seguro de vida: cobertura em caso de óbito do participante.
Mesmo com essas cobranças, o custo é significativamente menor do que o de um financiamento tradicional.
Vantagens e riscos do consórcio
A principal vantagem é o planejamento financeiro e a possibilidade de adquirir um carro sem juros altos. Além disso, a carta de crédito pode ser vendida, oferecendo flexibilidade. Por outro lado, a maior desvantagem é a necessidade de esperar até ser contemplado, o que pode levar anos.
Thiago alerta para a importância de escolher administradoras confiáveis, regulamentadas pelo Banco Central, e de ler atentamente o contrato. Golpes prometendo contemplação rápida ou ausência de taxas devem ser evitados.
O consórcio de carro é, portanto, uma ferramenta estratégica para quem deseja adquirir um veículo de forma planejada e econômica, mas exige disciplina, paciência e atenção às regras.
Com informação e escolha consciente, essa modalidade pode ser uma alternativa segura e vantajosa ao financiamento tradicional.
*Com informações de AutoPapo