CTB sobre daltônicos: eles podem tirar CNH e dirigir?
Condição genética é caracterizada pela dificuldade do indivíduo em distinguir certas cores, sobretudo o verde e o vermelho.
O daltonismo, também chamado de discromatopsia ou discromopsia, é uma condição genética caracterizada pela dificuldade em distinguir cores, sobretudo o verde e o vermelho, mas também o azul e o amarelo. Até 2012, os portadores dessa condição tinham dificuldades para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
As regulamentações anteriores do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) exigiam que os candidatos à CNH fossem capazes de distinguir as cores verde, amarelo e vermelho na avaliação oftalmológica. Com a mudança na lei, ficou mais fácil para os daltônicos dirigir e até atuar como motoristas.
A iniciativa visa garantir o direito de ir e vir a esse público, que agora não precisa mais identificar as cores verde, amarela e vermelha para conduzir um veículo. No lugar do teste, é utilizada uma imitação de semáforo com luzes nas mesmas cores e posições usadas no Brasil.
Medida semelhante foi adotada por algumas empresas aéreas, que incorporaram o CAD (Color Assessment & Diagnosis) em seus testes de seleção. A avaliação consegue detectar o daltonismo e indicar o grau de severidade da deficiência, considerando que até 35% de deficiência na visão de cores é aceitável na aviação.
Portanto, desde 2012, os cidadãos daltônicos conseguem obter a primeira via da CNH e também renovar o documento usando um método diferente.
Foto: CalypsoArt/Shutterstock
Inclusão no trânsito
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, perito em medicina do tráfego e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), a mudança nas regras deve beneficiar cerca de 8,5 milhões de brasileiros, sendo 20 homens para cada mulher. Ele explica que a disfunção é geralmente hereditária, mas também pode ser adquirida na idade adulta.
A padronização dos semáforos facilita o processo para quem tem deficiência da visão de cores. Queiroz Neto diz que a dificuldade é maior com os sinais de led que emitem luz mais intensa, uma vez que eles causam desconforto visual, principalmente à noite.
Cerca de 75% dos daltônicos não conseguem enxergar a cor verde (deuteranopia), 24% a cor vermelha (protanopia) e só 1% o azul (tritanopia). Ainda mais rara é a acromatopsia, quando o indivíduo só enxerga tons de branco, cinza e preto, que atinge 1 em cada 20 mil pessoas com daltonismo.
*Com informações do Portal do Trânsito.