Dentista faz réplica da Ferrari F-40 e agora enfrenta processo de R$ 42 mil da marca
Dentista enfrenta um longo processo judicial após construir réplica de Ferrari F-40, resultando em demandas de indenização por ambas as partes.
Um dentista de Cachoeira Paulista, São Paulo, se viu no centro de uma batalha legal com a gigante Ferrari. José Vitor Estevam Siqueira projetou uma réplica de uma Ferrari F-40 em sua garagem, buscando aliviar dificuldades financeiras, mas enfrentou processos judiciais da montadora italiana.
A situação começou em 2019, quando o protótipo foi anunciado online e chamou a atenção da empresa. A marca rapidamente agiu para apreender o veículo e demandou compensação financeira por violação de marca registrada.
A decisão judicial exigiu que o dentista cessasse a produção e venda de réplicas da marca. Além disso, José Vitor foi condenado a pagar R$ 42,5 mil por perdas financeiras da montadora, valor ainda não quitado.
Origem e desenvolvimento do conflito
Ferrari F-40 (Foto: Shutterstock)
No final de 2017, José Vitor, apaixonado pela Ferrari desde jovem, começou artesanalmente a construir a réplica do famoso modelo F40. Usando materiais locais, ele investiu tempo e recursos significativos para realizar seu sonho.
Em 2018, o dentista anunciou a réplica por R$ 80 mil, mas logo removeu o anúncio ao decidir vender sua clínica odontológica. A Ferrari, no entanto, já havia identificado a oferta online e iniciou medidas legais.
Com a denúncia apresentada à Polícia Civil, a réplica foi apreendida para perícia. A montadora, famosa pela luta ferrenha contra o uso indevido de sua propriedade intelectual, busca garantir que a marca não seja usada sem permissão e considera destruir o protótipo.
Réplica da Ferrari feita pelo dentista (Foto: Reprodução/Arthur Costa/TV Vanguarda)
Em 8 de novembro do an passado, a Justiça converteu o bloqueio dos R$ 887,74 encontrados nas contas de José Vitor em penhora. A montadora persiste na cobrança da indenização pendente.
Danos morais e negociação
Em resposta ao processo, José Vitor buscou indenização de R$ 100 mil, alegando danos morais. Ele relatou que a exposição pública gerou necessidade de tratamento psicológico. Contudo, seu pedido foi negado judicialmente.
Atualmente, a defesa do dentista e da Ferrari continua em negociação, mas não houve mais manifestações oficiais de ambas as partes. O caso ilustra o delicado equilíbrio entre inovação pessoal e proteção de propriedade intelectual no Brasil.