Desafio com pisca-alerta viraliza nas redes, mas pode acabar em tragédia
O desafio do pisca-alerta, que visa testar sistemas de alerta anticolisão traseira, viraliza nas redes sociais, mas atrai críticas por gerar infrações e potencializar riscos de acidentes.
Nas redes sociais, uma nova moda vem gerando preocupações entre especialistas em segurança viária. Intitulado ‘desafio do pisca-alerta’, esse fenômeno digital incita motoristas a testarem um sistema automotivo que, paradoxalmente, foi criado para evitar acidentes.
O desafio envolve a ativação do sistema de Rear Collision Warning (RCW), que detecta aproximações perigosas por trás e aciona os pisca-alertas automaticamente. Embora projetado para segurança, usuários da internet estão utilizando-o de forma irresponsável para obter visualizações e curtidas online.
Como funciona o sistema RCW
O RCW usa sensores e câmeras para monitorar veículos que se aproximam rapidamente por trás. Ao identificar uma aproximação perigosa, o sistema ativa automaticamente o pisca-alerta traseiro, alertando o motorista que vem atrás.
Embora a tecnologia esteja presente em muitos modelos modernos, como o Caoa Chery Tiggo 8 Pro, BYD e GWM Haval H6, o recurso ainda enfrenta desafios na eficácia. Estudos indicam que, ao contrário dos alertas frontais, o RCW frequentemente não é suficiente para evitar colisões traseiras.
Sensores de para-choque Caoa Chery Tiggo 8 Pro (Foto: Divulgação)
Impacto do desafio no Brasil
No Brasil, a prática se concentra em modelos como o Tiggo 8 Pro, presente em vídeos no YouTube, Instagram e TikTok. Nesses conteúdos, motoristas aceleram em direção a outros veículos apenas para ativar o alerta.
Pesquisadores destacam que o sistema é mais popular na China, onde ainda carece de eficácia comprovada. Estudos da Universidade de Glasgow sugerem que motoristas confiantes são os principais causadores de acidentes durante esses desafios.
Repercussões legais e riscos
Marco Fabrício Vieira, especialista em trânsito, ressalta que essa prática infringe normas de segurança e transgressões podem resultar em multas e pontos na CNH. A ação é vista como imprudente e uma tentativa deliberada de perturbar a sinalização de outros condutores.
- Condução imprudente configurando violação do CTB;
- Possíveis penalizações incluem multas e pontos na CNH;
- Riscos aumentados de acidentes devido a reações inesperadas.
Por fim, o artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiro reforça que os motoristas devem priorizar a segurança. Descumprir essas normas não só compromete a integridade dos envolvidos, como também pode resultar em graves consequências legais.