É possível retificar um motor moderno ou melhor comprar um bloco novo?

Retífica é um nome popular dado a uma série de reparos e trocas feitos em componentes para recuperar o pleno funcionamento do motor de um veículo. Quando há quebra no conjunto mecânico, esse é o caminho mais natural para os proprietários que querem evitar o gasto com um propulsor novo.

Por isso, quem se depara com um bloco inteiro de um carro em lojas de autopeças se pergunta por que alguém iria pagar tão caro se dá para retificar. A resposta é simples: às vezes, vale mais a pena trocar.

“Se o problema está perto do catastrófico e o carro ainda tem certo valor de revenda, vale a pena fazer a retífica. As peças em si não costumam ser muito caras; a mão de obra é que é. Tem de tirar o motor, abrir, inspecionar, montar de novo…”, explica o engenheiro Eduardo Tomanik, da comissão técnica de motores da SAE Brasil.

Retífica vs motor novo

Do ponto de vista financeiro, a retífica geralmente compensa mais para motores populares, principalmente em modelos com oito anos de uso ou mais. Para um carro com motor Fire 1.0, por exemplo, o serviço custa em torno de R$ 2.500 a R$ 3.800 em oficinas de São Paulo e Rio de Janeiro, incluindo a mão de obra. Ou seja, o conserto vale a pena.

A situação é diferente para automóveis menos vendidos ou de nicho, nos quais o serviço costuma ser mais caro. “Retífica é mais fácil, mas tudo parte de verificar o dano. O ideal é fazer uma comparação de preços entre motor novo e serviços feitos com qualidade, e com peças de qualidade”, orienta Renato Passos, engenheiro mecânico especialista em motores.

Além da orientação do especialista, é importante destacar que alguns motores possuem limites para o conserto. Em alguns deles não é possível realizar mais de uma retífica do cabeçote, por exemplo. Outro ponto é o bloco do motor, que idealmente precisa ser substituído em caso de rachadura.

Um motor novo também pode ser a melhor escolha para donos de carros muito tecnológicos ou com projetos complexos, considerando que os profissionais ainda não possuem dados técnicos e equipamentos suficientes para lidar com eles. É comum, aliás, que eles nem mesmo tenham retífica.