Elétrico é melhor do que flex para o meio ambiente? Resposta NÃO é óbvia
Preocupações com as emissões incentivam o desenvolvimento de veículos com tecnologias de propulsão menos poluentes.
Quando os carros elétricos surgiram, muitas montadoras correram para anunciar que encerrariam a produção de modelos a combustão em alguns anos. A desconfiança dos consumidores, os investimentos necessários e outros desafios fizeram com que algumas marcas voltassem atrás nessas promessas.
Os híbridos surgiram como uma possível solução para essa enrascada, especialmente aqueles com motor flex. A Honda, por exemplo, confirmou que os primeiros híbridos flex serão lançados no Brasil em cerca de quatro anos, em meados de 2028.
Os carros flex são modelos cujo motor pode funcionar tanto com gasolina quanto com etanol, pois possuem sensores de injeção eletrônica responsáveis por identificar o combustível utilizado. Eles são a escolha mais popular entre os compradores brasileiros devido à versatilidade que oferecem, sobretudo em períodos de oscilação de preços.
Outra vantagem dos veículos flex é sua durabilidade e o menor impacto ambiental em comparação aos modelos movidos exclusivamente a gasolina. O etanol é um biocombustível que emite menos carbono que o derivado de petróleo, o que faz dele uma alternativa mais sustentável.
Além do menor impacto ambiental, esses carros também têm como pontos positivos a durabilidade do motor, o uso de tecnologias avançadas que melhoram o desempenho e os incentivos fiscais que beneficiam o bolso do comprador.
Carro elétrico ou flex?
Foto: Shutterstock
Do ponto de vista de preço, os veículos flex 100% a combustão são mais baratos do que os híbridos e bem mais acessíveis que os elétricos. A categoria também sai ganhando quando o assunto é infraestrutura, já que no Brasil os elementos físicos e serviços essenciais para receber os eletrificados ainda são insuficientes.
Usando como critério a poluição, os elétricos não emitem gases de efeito estufa e são mais eficientes no consumo de energia do que aqueles a combustão, sendo capazes de percorrer mais quilômetros com a mesma quantidade de energia.
A emissão de poluentes também ocorre durante o processo de produção, especialmente das baterias, etapa em que o índice pode ser maior em veículos elétricos do que nos que usam combustíveis líquidos. Porém, essa emissão praticamente termina quando o carro começa a rodar, ao contrário dos veículos tradicionais.
Já existem alguns estudos que avaliam as emissões “do poço à roda”, ou seja, da origem do combustível ou da energia até seu consumo. Contudo, nenhuma dessas pesquisas considera especificamente a indústria nacional e o mercado brasileiro.
Assim, a escolha entre um carro flex e um automóvel elétrico ainda depende muito do custo-benefício e das necessidades do comprador, e pouco de dados confiáveis sobre seu potencial de poluição.