Elétricos vão esperar! Fim dos carros à gasolina levará mais tempo do que esperado
Apesar dos investimentos bilionários das montadoras em eletrificados, a empolgação inicial dos consumidores parece ter passado.
Os últimos cinco anos foram marcados por uma corrida das montadoras para produzir carros elétricos, segmento que recebeu bilhões em investimentos e até ganhou fábricas exclusivas. No entanto, a transformação gradativa da realidade tem levado algumas marcas a desistirem dos planos de acabar com os veículos a combustão.
Após o estouro inicial dos modelos eletrificados, a empolgação dos consumidores está diminuindo com o passar dos meses. A desaceleração do crescimento das vendas de carros elétricos também dificulta para as montadoras o aumento dos volumes para redução de custos e alcance da lucratividade prevista.
Elétricos deixados de lado
Imagem: Reprodução
Tudo isso tem levado as fabricantes a abandonar os investimentos no setor em prol dos modelos a gasolina e a diesel. A Ford, por exemplo, anunciou que não irá mais transformar sua fábrica canadense em uma planta exclusiva para elétricos e que aplicará R$ 3 bilhões para incrementar a produção de picapes.
A General Motors trilhou um caminho semelhante e reduziu em 50 mil a previsão de modelos a bateria que serão fabricados neste ano, além de ter lançado um novo SUV a gasolina.
A explicação por trás dessas decisões é o alto custo de produção dos EVs, sobretudo das baterias, em um cenário de vendas abaixo do esperado e falta de infraestrutura de carregamento.
Atualmente, apenas 2 dos 10 carros mais vendidos nos Estados Unidos são elétricos. Isso sem deixar de mencionar que eles representam apenas 8% das vendas no país, o que significa que os modelos a combustão basicamente pagam pelo seu desenvolvimento.
Europa pode mudar de direção
Em 2023, a União Europeia aprovou a proibição da venda de carros novos que emitem CO2 nos países do bloco a partir de 2035. Contudo, os governos começaram a repensar decisões que acabariam com a venda desses modelos em pouco mais de uma década.
Segundo as agências Reuters e ANSA, um dos primeiros focos do Pacto Ecológico Europeu (PPE), sigla que tem maioria no Parlamento Europeu, é “revisar as regras de redução de CO2 para carros e vans novos a fim de permitir o uso de combustíveis alternativos com zero emissões além de 2035”.
Ursula Von der Leyen, reeleita como presidente da Comissão Europeia, sinalizou que os combustíveis sintéticos “terão a mesma chance” que os carros elétricos no mercado. O discurso deixa claro que as lideranças já voltaram atrás na meta de eliminar de vez os veículos a combustão nos próximos anos.