Entenda por que os pneus importados podem pesar mais no bolso dos brasileiros
Mercado de pneus no Brasil pode mudar com decisão para conter importações chinesas, afetando preços.
O mercado de pneus no Brasil está à beira de uma tempestade. A chamada “invasão chinesa” trouxe pneus baratos e de marcas desconhecidas que já ameaçam os fabricantes locais, e o governo pode decidir nos próximos dias se eleva as tarifas para tentar frear o avanço.
Atualmente, a alíquota para pneus de carros de passeio é de 25%, após ajuste em outubro de 2024. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) quer elevar para 35%, o limite da Organização Mundial do Comércio (OMC), a fim de conter a concorrência considerada desleal vinda da China, Vietnã, Índia e Malásia.
Essa medida pode redefinir o setor e impactar preços, produção e estratégias de montadoras. A decisão final será discutida em reunião do Comitê-Executivo de Gestão da Camex (Gecex).
Para fabricantes e consumidores, o que vier dali pode mudar o rumo do mercado automobilístico brasileiro nos próximos meses.
Como o mercado chegou a este ponto
Tarifas historicamente baixas facilitaram a entrada de pneus a preços inferiores à média. Além disso, as importações de marcas chinesas, muitas ainda pouco conhecidas, ganharam tração nos últimos anos.
Com isso, fabricantes que produzem no país relatam perda de competitividade e margens comprimidas.
A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) defende o aumento da alíquota de importação para 35%, limite permitido pela OMC. Segundo a entidade, a medida combate a concorrência desleal de produtos vindos da China, do Vietnã, da Índia e da Malásia.
Assim, a indústria busca reequilibrar preços e condições no mercado interno.
Já a Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (ABIDIP) considera o pleito um “protecionismo injustificável e perigoso”. A associação prevê o repasse imediato ao consumidor, com os pneus ficando mais caros.
Além disso, alerta para um possível incentivo à compra ilegal de pneus usados ou modificados, o que ameaça a segurança viária.
O que esperar dos próximos dias
Até agora, o governo não oficializou a nova tarifa. Entretanto, o assunto retornará à mesa nos próximos dias, caso não haja deliberação no encontro do Gecex da Camex. O mercado acompanha, pois qualquer ajuste mexe com preços e estratégias.
