Era dos elétricos: Nissan encerra investimentos em novos motores a gasolina

Em meio ao processo de transição para veículos elétricos, montadora japonesa aposta as fichas em sistema híbrido.

A Nissan está focada na transição para os veículos elétricos e praticamente abandonou os investimentos em novas tecnologias de combustão interna. Esse movimento vai contra a tendência de outras montadoras, como Toyota, Mazda e Subaru, que fecharam uma parceria para desenvolver novos motores de combustão.

A abordagem diferente das concorrentes também pode ser vista nas declarações dos executivos da marca. À revista australiana Drive, o vice-presidente sênior e diretor de planejamento da Nissan para a região da África, Oriente Médio, Índia, Europa e Oceania (AMIEO), François Bailly, foi categórico.

Nosso futuro é o veículo elétrico. Não estamos investindo em um novo motor térmico, isso é certo”, afirmou.

Tecnologia e-Power

Bailly sinalizou que a transição dos automóveis com propulsor tradicional para carros totalmente elétricos será feita a partir da tecnologia e-Power.

O sistema consiste em uma configuração híbrida não convencional na qual o motor de combustão trabalha como gerador para carregar a bateria. Ele não pode ser considerado um elétrico com extensor de alcance, pois atua a maior parte do tempo, mas não aciona as rodas.

A Nissan planeja melhorar a economia de combustível dos carros híbridos ao elevar a eficiência térmica de um motor de combustão para 50%. A tecnologia está em desenvolvimento há anos e, em 2021, um protótipo do e-Power atingiu a marca desejada. É importante lembrar que a linha Dynamic Force da Toyota, equipada com motores de três, quatro e seis cilindros, já ultrapassou 40% de eficiência térmica.

No Brasil, o e-Power não passa de uma promessa antiga que deveria ter chegado com o Nissan Kicks, mas a montadora tem adiado essa estreia. Atualmente, a marca cogita lançar seu primeiro modelo híbrido ainda em 2024, provavelmente o X-Trail e-Power.

Vale mencionar que o fim dos investimentos em motores totalmente novos não garante uma transição imediata para veículos elétricos. Segundo Bailley, a fabricante monta seu portfólio com base nos requisitos de cada mercado, de forma que a aposentadoria do motor a combustão será gradual.

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