EUA acusam 3 montadoras de vender dados de motoristas; veja quais
Senadores dos EUA são os autores da denúncia.
Dois senadores dos Estados Unidos solicitaram uma investigação para apurar como as montadoras de veículos utilizam os dados de milhões de proprietários de automóveis. Segundo Ron Wyden e Edward J. Markey, as marcas estariam vendendo as informações para empresas de seguro.
Segundo reportagem do jornal The New York Times, os políticos solicitaram à Comissão Federal de Comércio que investigue a forma como as fabricantes rastreiam os condutores, muitas vezes sem o conhecimento deles.
Os democratas, conhecidos como fortes defensores da privacidade, têm como foco as ações da GM, Honda e Hyundai, mas outras marcas podem estar fazendo o mesmo.
As três teriam feito acordos com a Verisk, uma empresa de análise que comercializa os dados para seguradoras.
Venda indevida de dados: entenda o caso
Imagem: Shutterstock
Em reportagens anteriores, o jornal publicou que as montadoras coletavam dados sobre o comportamento dos motoristas e os vendiam à indústria de seguros. Essas informações eram usadas para ajudar a avaliar o risco e interferiam no preço da apólice.
Mais recentemente, a equipe do senador Wyden descobriu que o valor pago pela Verisk às marcas por essas informações era bem baixo.
A Honda, por exemplo, recebeu apenas US$ 25.920 (aproximadamente R$ 146 mil) durante quatro anos de vendas de dados sobre 97 mil carros, cerca de 26 centavos (R$ 1,47) por veículo. Já a Hyundai ganhou pouco mais de US$ 1 milhão (R$ 5,64 milhões) ao longo de seis anos, ou 61 centavos (R$ 3,44) por automóvel.
Segundo o escritório do democrata, a GM não revelou o valor pago, mas fontes ligadas à empresa afirmaram anteriormente que mais de oito milhões de carros estiveram envolvidos no programa de compartilhamento de dados.
Cabe lembrar que a montadora também teria vendido informações anteriormente à LexisNexis Risk Solutions.
Seguradoras teriam se beneficiado de informações
O pacote enviado às empresas de seguros contém detalhes sobre os hábitos dos motoristas, incluindo como aceleram e freiam, se excedem o limite de velocidade e até detalhes sobre sua localização.
Em posse dessas informações, avaliam se vale a pena oferecer um seguro para aquela pessoa e baseiam seus preços nos comportamentos dela. Se o condutor tem o hábito de exceder o limite de velocidade, por exemplo, a apólice vai custar mais caro.
As empresas não deveriam vender dados de americanos sem o seu consentimento, ponto final – dizem os senadores Wyden e Markey na carta.
“Mas é particularmente insultuoso para os fabricantes de automóveis que vendem carros por dezenas de milhares de dólares e depois extraem alguns centavos adicionais de lucro com os dados privados dos consumidores”, completam.
*Com informações do The New York Times.