Fim do mistério! Por que a Peugeot não passa do número 8 em seus modelos?
A Peugeot optou por manter o número 8 em seus modelos, evitando o 9, associado a um modelo menos bem-sucedido.
Desde 1929, a Peugeot adotou um sistema único para nomear sua frota de automóveis. Esse padrão, iniciado com o lançamento do modelo 201, utiliza três números para identificar cada modelo. O primeiro número indica o tamanho do veículo, o segundo é sempre zero e o terceiro representa a geração do carro. Em alguns casos de SUVs, duas unidades de zero são usadas.
Contudo, uma curiosidade intrigante surgiu: por que a Peugeot interrompeu a numeração no número 8 após o modelo 208? Isso gerou especulações e levantou questionamentos entre entusiastas e consumidores da marca francesa. Curiosamente, o modelo 308 foi o primeiro a repetir a numeração, mas, no Brasil, causou a impressão de que o 208 foi responsável por essa interrupção.
Embora essa prática de nomeação tenha gerado conflitos, como o famoso caso com a Porsche, ao longo dos anos, a Peugeot manteve essa estratégia alinhada a uma tradição que remonta a décadas. A Porsche, desejando nomear seu icônico 911 como 901, teve que desistir devido a um embate com a Peugeot.
Interrupção na numeração e conflito com a Porsche
Peugeot 208 (Foto: Divulgação/Peugeot)
Normalmente, a Peugeot avançava na numeração a cada troca de geração, substituindo o número do final. Essa prática ajudava a manter a organização e a coerência entre seus modelos. Contudo, o modelo 206 se destacou como uma exceção, continuando sua produção no Irã e tornando-se o carro mais vendido da marca.
Outro conflito aconteceu quando a Peugeot parou de renomear seus modelos após o número 8. Surge então o enigma do Peugeot 309, um carro desenvolvido pela Talbot, uma marca britânica adquirida pela PSA. Apresentado entre 1985 e 1994, o modelo 309 surgiu durante a quinta geração dos carros franceses e não seguiu o padrão original da Peugeot.
A introdução do 309 não foi bem recebida. Não considerado um verdadeiro Peugeot, por suas raízes Talbot, o modelo enfrentou críticas devido à sua qualidade e construção. Esse período deixou uma marca negativa na história da marca, resultando em uma decisão crucial: manter o número 8 para evitar o retorno a um número comprometido.
Na época, o Peugeot 309 era um sedã compacto, ligeiramente maior que o 205, mas com as mesmas portas. Batizado para não interferir com o 305, o nome 309 acabou sendo uma tentativa de reorganizar a linha de modelos. No entanto, a falta de identidade prejudicou a aceitação do carro.
O símbolo do infinito: uma nova estratégia
Uma justificativa poética surgiu para o uso contínuo do número 8. Quando visualizado lateralmente, ele simboliza o infinito, conferindo à marca um ar de continuidade e atemporalidade. Assim, a Peugeot decidiu que seus modelos de passeio manteriam a identidade numérica X08, enquanto os SUVs seriam identificados como X008.
Por fim, a decisão da Peugeot de manter o número 8 em seus modelos reflete uma combinação de fatores históricos e estratégicos. Essa escolha evita a associação com um passado menos benéfico, ao mesmo tempo que promove uma nova identidade perene. Assim, a marca francesa continua a evoluir, mantendo-se fiel às suas raízes e tradições.