Fraude em seguros: conheça métodos secretos que pegam ‘espertinhos’ no pulo
Em 2018, fraudes em seguros automotivos no Brasil atingiram R$ 343 milhões, envolvendo sofisticados esquemas de falsificação.
Em 2018, as fraudes em seguros automotivos representaram um desafio significativo para o setor, com 1,7% dos acionamentos revelando-se fraudulentos.
Esse dado alarmante levou as seguradoras a intensificar suas estratégias de combate a esses crimes financeiros, evitando prejuízos que somaram R$ 343 milhões.
Para enfrentar essa ameaça, as empresas de seguro contam com um arsenal tecnológico e humano. Vistoriadores e peritos desempenham um papel crucial, empregando técnicas avançadas para identificar e comprovar tentativas de fraude.
O processo investigativo é meticuloso, semelhante ao trabalho de detetives, e busca rastros digitais que denunciam a má-fé.
Em entrevista ao portal Auto Esporte, Rodrigo Boutti, da Ituran, destaca que a fraude mais comum é a falsa comunicação de furto de veículos.
Muitas vezes, os carros são vendidos ou desmontados clandestinamente, mas os segurados alegam roubo. A desvalorização do veículo e a sensação de impunidade incentivam esses atos ilegais.
Tecnologia é aliada no combate a fraudes
Os profissionais envolvidos passam por extensos treinamentos para aprimorar suas habilidades de detecção. Luiz Fernando da Silva, do ITP, ressalta que os cursos fornecidos às seguradoras são fundamentais. Aprender a ler cenas de acidentes e identificar danos forjados é parte do processo.
As seguradoras também adotam sistemas tecnológicos de rastreamento e análise comportamental. Equipamentos avançados ajudam a entender as últimas localizações dos veículos e a detectar alertas que indicam possíveis fraudes.
Anderson Ribeiro, da Dekra, observa uma queda nas tentativas de fraude nos últimos 15 anos. Métodos como etiquetas com código VIS, que se autodestroem se removidas, são eficazes. Além disso, fotos e registros são sincronizados com GPS para garantir autenticidade.
Desafios e impactos das políticas de seguradoras
As seguradoras, porém, enfrentam dilemas ao proteger-se contra fraudes. A rigidez nos critérios de avaliação pode penalizar proprietários de veículos consertados de maneira honesta. Luiz Fernando destaca que uma simples troca de peça pode ser confundida com danos graves.
Endrigo Rampaso, da Arena Corretora, menciona que problemas como documentação irregular e avarias significativas são motivos comuns para a recusa de apólices. Entretanto, essas medidas são essenciais para evitar o aumento de fraudes e, consequentemente, das taxas de seguro.