Furto de R$ 40 custa aposentadoria de R$ 487 mil a motorista de ônibus no Japão
Um motorista de ônibus em Kyoto perdeu sua aposentadoria de R$ 487 mil após ser flagrado por câmeras furtando R$ 40. A decisão reitera a rigidez do sistema japonês.
Em Kyoto, um motorista de ônibus de 58 anos sofreu sérias consequências após ser identificado por câmeras de segurança furtando 1.000 ienes, aproximadamente R$ 40, das passagens dos passageiros.
O incidente, ocorrido em 2022, resultou na perda de sua considerável aposentadoria, de cerca de R$ 487 mil. Mesmo com quase 30 anos de serviço, o trabalhador viu sua carreira terminar em desgraça devido ao delito.
O motorista estava a bordo quando cinco passageiros embarcaram, somando um pagamento total de 1.150 ienes. Em vez de seguir o protocolo e depositar o dinheiro na máquina de tarifas, ele colocou uma nota de 1.000 ienes em seu bolso. A ação foi descoberta pela equipe de transporte ao revisar as filmagens da câmera do veículo.
Consequências legais e ação judicial
Delito custou ao trabalhador as economias de uma vida inteira de trabalho. O caso serviu de exemplo para todos os profissionais da área e profissões em geral (Foto: iStock)
Após ser confrontado, o motorista inicialmente negou o ato durante uma reunião com seu superior. Além disso, ele já havia recebido advertências por fumar cigarro eletrônico enquanto dirigia. Após sua demissão, ele processou a cidade de Kyoto, afirmando que a punição era desproporcional ao valor furtado.
O tribunal inicialmente concordou com a alegação do motorista, anulando a demissão. No entanto, a Suprema Corte do Japão restaurou a penalidade original em 18 de maio, argumentando que a conduta poderia minar a confiança pública no sistema de transporte.
Repercussão e defesa das autoridades
As autoridades de Kyoto justificaram a decisão, enfatizando que os motoristas lidam com dinheiro público e devem aderir a altos padrões éticos. Shinichi Hirai, do departamento de transportes, destacou que penas leves poderiam promover um ambiente de negligência institucional.
A situação destacou o rigor com que o Japão trata infrações de servidores públicos, mesmo quando envolvem pequenas quantias de dinheiro. O caso gerou discussões sobre a proporcionalidade das punições e a manutenção da confiança pública nas instituições.