Gás tóxico mortal do veículo: de onde ele sai e o que ele causa?

Casos de mortes pelo gás chamam a atenção para um perigo invisível.

Em comparação aos carros elétricos, os carros à combustão ainda compõem a maior parte da frota de veículos do Brasil. Dentre os riscos desse tipo de automóvel, o mais perigoso e mortal é, sem dúvida, quando ocorre o vazamento do monóxido de carbono (CO).

Trata-se de um gás com grande força intoxicante, resultado da queima de combustível e expelido pelo sistema de escapamento. Inodoro e incolor, este gás pode ser letal justamente porque é difícil perceber sua presença em caso de inalação.

Quais os sintomas ao inalar o monóxido de carbono?

Por não ter cheiro, alguns sintomas de inalação do monóxido de carbono incluem mal-estar, forte dor de cabeça, dor no peito, vontade de vomitar e sonolência. Ao perceber esses sinais, a situação já pode ser considerada crítica, pois a pessoa está caminhando para uma morte por asfixia, que é basicamente a falta de oxigênio.

No corpo, o CO se junta à hemoglobina, agente que leva o oxigênio a todos os órgãos. Sem conseguir suprir essa deficiência para as células, o resultado é a falência dos órgãos, sobretudo o coração.

Foto: Ody_Stocker/Shutterstock

O que pode provocar o vazamento do monóxido de carbono no carro?

Em suma, a intoxicação por monóxido de carbono no carro pode acontecer por meio do ar-condicionado. Isso ocorre porque o aparelho desempenha duas funções no veículo: a de recirculação, onde o ar recircula dentro do automóvel, e a de renovação do ar, quando o equipamento suga o ar do ambiente para dentro do carro.

Portanto, se houver um vazamento entre o motor e o painel, as chances de que o monóxido de carbono fique circulando com os vidros do carro fechados são grandes. Além disso, em estacionamentos e lugares com alta rotatividade de veículos, o ar-condicionado também pode aumentar os riscos de inalação prolongada desse gás que fica ao redor.

Em casos de acidentes deste tipo, como na fatalidade que tirou a vida de quatro jovens em uma BMW em Balneário Camboriú, as chances de perceber o que está acontecendo, de fato, são baixas. Se o veículo estiver com os vidros fechados, por exemplo, o sistema de ar-condicionado puxará o gás para dentro do automóvel. A partir daí, quando há a recirculação, o sistema fecha todas as entradas externas e o ar do interior não é renovado. É aí que reside o perigo.

Veículos mais antigos, por exemplo, ou que tiveram o sistema de escapamento modificado, correm o risco de ter esse vazamento imperceptível. É por esse motivo que muitos especialistas não recomendam dormir no carro por longos períodos com o ar-condicionado ligado.

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