Gasolina com 35% de etanol: o que muda no abastecimento do seu carro?
Câmara aprova projeto para 35% de etanol na gasolina.
Um projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 13 de março e, agora, vai para votação no Senado. Ele prevê, entre outras coisas, a adição de até 35% de etanol na gasolina, além de até 20% de biodiesel no diesel.
Atualmente, o valor máximo permitido de adição de etanol na gasolina é de 27,5%. O projeto de lei 4516/2023, de autoria do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), vem gerando dúvidas.
Por um lado, o projeto vai deixar a gasolina mais barata e também diminuir a emissão de poluentes nos carros mais novos. No entanto, há dúvidas sobre os carros mais antigos, que muitas vezes poderão não funcionar bem.
Gasolina com 35% ideal para flex
De acordo com especialistas, a adição de 35% de gasolina em carros flex, ou seja, que recebem gasolina e etanol, terá pouca mudança. Na prática, vai deixar a gasolina apenas menos econômica, com um consumo cerca de 3% maior.
Atualmente, o mínimo de mistura de etanol na gasolina é de 18%, e esse mínimo subirá para 22%. Gradualmente, essa medida valerá até, ao menos, 2030.
O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) ainda vai analisar a viabilidade da nova gasolina com 35%. Ela, afinal, já gera muitas dúvidas.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) afirma que esse novo combustível precisaria de mais testes nos carros novos movidos apenas a gasolina e justifica que isso poderia necessitar de uma nova calibração na injeção eletrônica.
O mesmo pode acontecer nos carros mais antigos, a carburador, que também vão precisar de uma nova calibração no carburador. Muitos podem não funcionar adequadamente com 35% de etanol na gasolina.
Opção pela gasolina Premium
A AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) ressalta que a gasolina Premium, que tem até 25% de mistura de etanol, pode ser uma alternativa para os carros antigos e os que não são flex. No entanto, essa gasolina costuma ser mais cara que a convencional.
De todo modo, ainda não está oficializado o uso do novo combustível nos carros brasileiros nos próximos meses. Isso ainda vai depender da aprovação no Senado Federal, da sanção presidencial e de ajustes técnicos feitos pelo CNPE.
Mas o assunto já rende discussão e, principalmente, preocupação natural por parte das pessoas. Afinal de contas, a mudança da gasolina, passando a ter 35% de etanol, vai gerar um impacto no dia a dia do abastecimento.