Gasolina premium é uma necessidade real do carro ou só ‘balela’ do mercado?
Descubra se um veículo que precisa de um combustível de alta octanagem realmente depende de gasolina premium.
Alguns automóveis vendidos no mercado, especialmente de marcas de luxo, recomendam que o proprietário utilize apenas gasolina premium para abastecer o veículo. Parece óbvio, mas esse produto é mais caro que um combustível comum e representa um gasto a mais no final do mês.
Isso desperta questionamentos sobre o real problema de abastecer com um produto de octanagem mais baixa e seus prejuízos para o carro. Abaixo, tiramos suas dúvidas sobre a necessidade da gasolina premium para alguns modelos.
Gasolina premium e sua alta octanagem
No Brasil, apenas cerca de 3% a 4% dos veículos em circulação realmente exigem o uso de gasolina premium, quase sempre modelos superesportivos.
Esses carros especiais necessitam de um combustível com alta octanagem para evitar um problema chamado detonação ou batida de pino.
“O número de octanas de um combustível indica sua tendência de autoignição ou detonação sob alta temperatura e pressão na presença de ar”, explica Aleks Urosevic, tecnólogo especialista do departamento de Inovação e Engenharia da BP.
Basicamente, esse número mede a estabilidade do combustível. Um produto mais volátil pode detonar em velocidades diferentes, criando uma explosão precoce que faz o motor perder desempenho, funcionar de forma irregular e vibrar muito. Em casos mais graves, ele causa ruído de batida, pode derreter o pistão e até fazer a peça sair do bloco do motor.
A gasolina comum vendida nos postos tem cerca de 87 octanas e 27% de etanol em sua composição, além de mais enxofre. A Podium (Petrobras), por exemplo, tem 97 octanas, 25% de etanol e menos enxofre.
Portanto, nos carros que exigem a gasolina premium, é melhor procurar um produto com octanagem mais adequada para evitar prejuízos no futuro.
Necessidade de gasolina premium é para todos os carros?
Foto: Shutterstock
O combustível funciona bem em qualquer carro, não apenas em modelos importados, superesportivos ou antigos; no entanto, seus benefícios são melhor aproveitados em automóveis com taxa de compressão alta e sistema de injeção eletrônica específico.
Além disso, o consumo pode ficar até 2% menor com o uso de gasolina premium devido ao menor teor de etanol presente na mistura.
“Como a gasolina tem poder calorífico superior em relação ao etanol, também proporciona maior autonomia para o veículo”, explica Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).
Também vale lembrar que não existe nenhum problema em misturar gasolina comum e premium em qualquer proporção. A única questão, conforme mencionado, é que juntar os dois produtos em carros que exigem o mais caro pode diminuir o rendimento do motor.