Governo Lula em alerta: medidas de Trump podem impactar tarifas de etanol
Governo brasileiro está em alerta com possíveis medidas tarifárias impostas pelos EUA sobre o etanol.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva recebeu um alerta sobre a possibilidade de novas medidas tarifárias dos Estados Unidos contra o etanol brasileiro. Esse alerta deve-se a discussões em curso na Casa Branca, potencialmente conduzidas pelo presidente Donald Trump.
A informação surgiu de um contato entre o diretor da Raízen e a embaixada brasileira nos EUA, conforme divulgado por um documento do Itamaraty.
A Raízen, gigante no setor sucroalcooleiro, expressou preocupações sobre essas possíveis medidas, mas optou por não comentar publicamente o assunto. Essa disputa entre os dois países no segmento do etanol não é nova e já se arrasta há anos.
O Brasil aplica uma tarifa de 18% sobre o etanol americano, enquanto o mesmo produto brasileiro encontra facilidades de entrada no mercado norte-americano.
Impasse tarifário entre Brasil e Estados Unidos
O governo Trump argumenta que as barreiras impostas pelo Brasil são injustas, considerando que a tarifa americana sobre o etanol é de apenas 2,5%.
Em 2024, o país norte-americano importou mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto as exportações americanas do mesmo produto para o Brasil foram de apenas US$ 52 milhões.
Análise do cenário econômico e político
A administração Trump pode explorar investigações comerciais e outras estratégias para pressionar o Brasil a reduzir suas tarifas. No entanto, a questão é sensível devido ao impacto que teria em produtores nordestinos brasileiros.
O setor sucroalcooleiro nacional, um dos pilares do agronegócio, exportou US$ 19,7 bilhões no ano passado, com o etanol representando uma parte significativa dessas vendas.
Possíveis impactos e estratégias brasileiras
O governo brasileiro já iniciou uma análise para identificar quais setores poderiam ser mais afetados pela guerra tarifária. Essa análise visa estabelecer estratégias de mitigação de impactos.
Anteriormente, medidas tarifárias americanas afetaram o aço e o alumínio brasileiros, e agora o etanol pode tornar-se o novo ponto de tensão.
A administração Trump continua priorizando interesses americanos, colocando o Brasil em uma posição complicada nas negociações. Enquanto isso, o Planalto pretende continuar monitorando a situação e buscar soluções negociadas para evitar maiores danos econômicos ao país.