Interesse de quem? Extintor pode ser exigido nos carros outra vez e aquecer mercado bilionário
Projeto de lei que propõe a volta dos extintores de incêndio nos carros está em discussão no Senado.
A multinacional Kidde Global Solutions (KGS), líder mundial no setor de prevenção e combate a incêndios, foi adquirida por 3 bilhões de dólares em dezembro do ano passado. A empresa, que vem se destacando no mercado brasileiro, estima um crescimento de 15% nas vendas neste ano.
No entanto, a aprovação de um projeto de lei pode aumentar ainda mais esse número e alavancar as finanças da companhia.
O Projeto de Lei Complementar 159/2017, que prevê a volta da obrigatoriedade dos extintores de incêndio em automóveis, aguarda votação no plenário do Senado. Em novembro do ano passado, a Comissão de Fiscalização e Controle já havia dado seu parecer favorável à mudança.
O impacto da legislação
A obrigatoriedade foi extinta em 2015, mas a possível aprovação da lei reacende a esperança de crescimento para a KGS no país. A iniciativa é defendida por Eduardo Braga, senador do MDB-AM, que destaca que 17% dos recalls de veículos no Brasil ocorrem devido a falhas que podem resultar em incêndios.
Ele também aponta que o Brasil, ao lado de países como Argentina e Chile, integra a Regulação Básica Unificada de Trânsito, que exige extintores nos veículos dessas nações.
Atualmente, o Brasil possui aproximadamente 40 milhões de veículos em circulação, e a produção anual de autos ultrapassou 2,55 milhões em 2024, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Caso a lei seja aprovada, a KGS está preparada para aumentar a produção e atender às novas demandas do mercado.
Expansão estratégica da KGS
Marcelo Zeppelini, diretor-geral da KGS na América Latina, afirma que a empresa já se organiza para este possível cenário. “Estamos prontos para investir em nossa equipe e fábrica, aumentando a capacidade de produção para voltar a atender esse mercado”, diz.
Além desse nicho, a empresa aposta na diversificação de negócios como estratégia de expansão. Ela busca integrar sistemas contra incêndios e firmar contratos de longo prazo com multinacionais para projetos complexos.
Setores como petróleo, mineração, construção civil e petroquímica são os principais focos. Contudo, o mercado de pequenas e médias empresas também é uma prioridade, com soluções acessíveis e adequadas às suas necessidades.
Presença global e regional
A KGS opera em 90 países, com um faturamento de 2 bilhões de dólares em 2024 e mais de 9 mil funcionários. Seus produtos são fabricados em cinco regiões estratégicas, incluindo Estados Unidos, China e Europa.
Na América Latina, possui filiais no Brasil, onde mantém uma fábrica em Extrema (MG), e no México, além de equipes no Chile e na Colômbia.
Com a possível aprovação do PLC 159/2017, a KGS se posiciona para aproveitar uma oportunidade significativa de mercado no Brasil. A empresa se mantém otimista quanto à expansão de seus negócios e ao crescimento de vendas no cenário nacional.