Mercado automotivo brasileiro em 1912: Top 10 marcas que reinavam

Em 1912, as ruas do Rio de Janeiro exibiam uma surpreendente diversidade de 178 marcas automotivas, refletindo o início da paixão nacional por automóveis.

A história automotiva no Brasil teve seus primeiros passos na década de 1890. Inicialmente, os veículos eram poucos e restritos a cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Uma expansão significativa no número de automóveis ocorreu apenas anos mais tarde.

Em 1912, o Brasil testemunhou um aumento notável na quantidade de carros, especialmente no Rio de Janeiro, que era a capital federal. A cidade abrigava então uma população de 746.749 habitantes, enquanto São Paulo contava com 239.820.

Entre 1905 e 1912, a frota de automóveis no Rio saltou de apenas 12 veículos para 2.500, um crescimento impressionante. As “garages”, empresas que alugavam carros com motoristas, foram responsáveis por boa parte desse aumento.

O modelo de negócio incluía o aluguel para eventos especiais e uso em serviços públicos. A variedade de marcas era surpreendente, com 178 diferentes fabricantes de carros e caminhões circulando nas ruas cariocas.

Marcas de carros mais famosas do Brasil em 1912

Uma Benz circulando no centro do Rio de Janeiro, mais precisamente na Rua Primeiro de Março. (Foto: Reprodução)

A diversidade de marcas era uma característica marcante do início do século XX. A França dominava o mercado carioca, com 934 carros, seguida pela Alemanha com 817 veículos.

Os norte-americanos, apesar de mais distantes, tinham 245 automóveis. As marcas italianas e suíças também estavam presentes, com 232 e 134 veículos, respectivamente.

Surpreendentemente, a indústria britânica tinha apenas 93 carros, sendo superada pela suíça.

Estas eram as principais marcas de carros de 1912 no Brasil:

  1. Benz: Líder com 221 carros, representada pela Carlos Schlosser & C;
  2. Delahaye: Segundo lugar com 181 veículos, agente geral A. Thomas & C;
  3. NAG: Terceira posição com 109 unidades, representada pela Herm.Stoltz & Co;
  4. Berliet: Quarta com 109 carros, distribuidora Antunes dos Santos & Comp;
  5. Renault: Quinta com 104 veículos, também representada por Antunes dos Santos;
  6. Saurer: Sexta colocada com 94 caminhões, sob a representação da Carlos Schlosser & C;
  7. De Dietrich: Sétima com 90 carros, agente Jorge Haentjens & C;
  8. Fiat: Oitava colocada com 77 automóveis, sob a responsabilidade de Alfredo Elysiario da Silva;
  9. Opel: Nono lugar com 67 veículos, firmada por Hugo Heydtmann & C;
  10. Mercedes: Décima posição com 55 carros, com agente Werner, Hilpert & Co.

Dominação francesa

Das 178 marcas na cidade do Rio de Janeiro, 51 eram francesas, evidenciando a influência francesa no mercado brasileiro da época. Os catálogos eram em francês e os preços em francos. Os automóveis vinham com especificações inadequadas para o clima tropical, o que exigia adaptações locais.

Contudo, com o advento da Primeira Guerra Mundial, o cenário automotivo estava prestes a mudar. A Europa perdeu seu protagonismo, e marcas americanas como a Ford começaram a ganhar força no mercado brasileiro.

Assim, o mercado automotivo brasileiro entrou em uma nova era, marcada pela ascensão de fabricantes dos Estados Unidos.

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