Montadoras japonesas preparam nova geração de motores que ameaçam carros elétricos

Nomes como Toyota lideram uma investida para tentar salvar os propulsores a combustão da aposentadoria.

O caminho em direção à completa eletrificação da frota mundial de veículos parecia irreversível até algum tempo atrás, mas isso vem mudando pouco a pouco. Algumas montadoras, em especial as japonesas, decidiram continuar investindo no desenvolvimento de novos motores a combustão.

Nomes como Toyota, Mazda e Subaru se uniram em um projeto para criar uma nova geração de trens de força e salvar esse tipo de propulsor da extinção. A parceria faz sentido, considerando que a hibridização é uma das grandes possibilidades para o futuro.

Algumas marcas abandonaram os planos de eletrificação total por motivos como viabilidade, embora muitas continuem empenhadas nele. A questão é que os híbridos realmente possuem algumas vantagens, como a possibilidade de rodar com a bateria sem carga em um mundo ainda carente de postos de recarga rápida.

O acordo entre as três fabricantes inclui o foco em combustíveis renováveis e na neutralização do carbono em todas as etapas de produção. A Toyota, que tem histórico de apostar em soluções de mobilidade, acredita que elétricos e híbridos devem ser desenvolvidos paralelamente.

É crucial considerar as necessidades dos consumidores, a infraestrutura e explorar opções que atendam ao contexto local. Dentre elas, veículos que combinem eletrificação e motor a combustão”, afirma Roberto Braun, diretor de comunicação da Toyota do Brasil.

Nova geração de motores

A parceria das japonesas não é exatamente uma novidade, mas só agora elas divulgaram detalhes sobre projetos e protótipos dos motores. No caso da Toyota, a aposta é nos novos propulsores de quatro cilindros. Já a Mazda foca nos propulsores do tipo rotativo (Wankel), enquanto a Subaru optou pelo boxer, com cilindros contrapostos na horizontal.

Cada um dos novos sistemas é revolucionário à sua maneira, mas todos serão hibridizados. A estratégia da Toyota de não colocar todas as fichas na cesta dos elétricos parece ter sido acertada, especialmente porque a montadora estima que 70% dos veículos com motor a combustão seguirão em uso até 2030.

A marca dona do Corolla está criando um propulsor 1.5, aspirado ou turbo, e um 2.0. A versão turbo do primeiro substituirá o atual 2.5 aspirado, utilizado em veículos mais pesados. O novo conjunto é 15% mais baixo e reduz o volume em 20%.O 2.0 turbo, que será o substituto do 2.4 turbo, garante 30% a mais de performance e 10% de redução no volume.

Os novos motores funcionarão tanto com combustíveis fósseis habituais [gasolina e diesel] quanto com combustíveis neutros em carbono, incluindo hidrogênio líquido, combustíveis sintéticos e biocombustíveis, explica a Toyota.

A estreia das novidades no Brasil ainda é incerta, mas elas devem equipar modelos nacionais no futuro, considerando que a empresa é globalizada. Porém, é melhor não ter pressa, já que isso só deve ocorrer a partir de 2026.

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