Motoristas estão irritados com excesso de tecnologia em carros novos
Consumidores criticam excesso de sistemas de condução semiautônoma; entenda.
A tecnologia embarcada originou uma corrida entre as montadoras, que competem para determinar quem possui o carro mais tecnológico do mercado. Entretanto, parece que esqueceram de consultar se seus clientes, os consumidores desses veículos, estão interessados em toda essa evolução.
Conforme levantamento da J. D. Power, muitos motoristas desaprovam o excesso de assistências à condução presente nos automóveis modernos. A empresa de análise de dados elaborou o ranking “problemas por 100 veículos” para verificar as queixas registradas em cada 100 veículos pesquisados.
A maior fonte de descontentamento dos clientes é as controladas por gestos, que atingiram 43,4 problemas por 100 unidades. Para 21% dos participantes, essa tecnologia não tem sentido real, assim como os sistemas de auxílio ao condutor ativados por voz.
“Uma estratégia tecnológica avançada e forte é crucial para todos os fabricantes de veículos, e muitas tecnologias inovadoras estão respondendo às necessidades dos clientes. Ao mesmo tempo, o estudo deste ano deixa claro que os proprietários acham algumas tecnologias de pouca utilidade e/ou continuamente irritantes”, afirma Kathleen Rizk, diretora sênior de benchmarking e tecnologia de experiência do usuário na J. D. Power.
Outro recurso criticado pelos motoristas é a tela de exibição para os passageiros. Muitos consideram o elemento “desnecessário” e apontam problemas de usabilidade, como o ângulo em relação ao passageiro.
Foto: CC7/Shutterstock
Recurso elogiado pelos compradores
Os condutores não são indiferentes a todos os sistemas de assistência avançada, conhecidos como ADAS, aponta a pesquisa. Eles ainda valorizam as funções que atendem a uma necessidade específica, como sensores de ré.
Por outro lado, muitas funcionalidades ADAS ficam abaixo das expectativas dos usuários, que entendem que conseguem realizar as tarefas sem o auxílio. Um exemplo de tecnologia mal classificada são os assistentes de condução semiautônomos, que exigem que as mãos continuem no volante.
O levantamento mostra que a versão do recurso que permite ao motorista tirar as mãos do volante também não melhora muito a experiência do usuário. A primeira recebeu nota 7,61 em uma escala de 10 pontos, enquanto a segunda ficou com 7,98.