Motoristas querem saber: se o CRLV é digital, por que ele continua sendo cobrado?
Desde 2021, o CRLV no Brasil é totalmente digital, mas a cobrança das taxas ainda é motivo de debate.
Desde janeiro de 2021, os motoristas brasileiros passaram a contar com o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) em formato digital. Esta mudança, implementada por todos os Detrans do país, eliminou a necessidade de impressão e envio do certificado em papel.
Essa iniciativa foi acelerada em função da pandemia, oferecendo maior praticidade e segurança aos proprietários de veículos. Embora o formato digital tenha sido adotado, a taxa de licenciamento continua a ser cobrada, variando conforme a região. Em São Paulo, por exemplo, o custo é de R$ 167,74.
Os motoristas agora podem acessar o CRLV por meio do aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT), compatível com dispositivos Android e iOS. Após o pagamento das taxas, o documento digital é disponibilizado em até 24 horas, com a opção de impressão para quem assim o desejar.
Fim da cobrança do CRLV
Mesmo sendo digital desde 2021, o documento é cobrado. O valor varia de acordo com a região (Foto: Shutterstock)
O senador Cleitinho, do partido Republicanos em Minas Gerais, propôs o Projeto de Lei 365/2023, que busca isentar a taxa de licenciamento devido à digitalização. Para ele, a cobrança atual não se justifica, já que não há mais custos com impressão e envio.
Cleitinho critica a falta de melhorias nas estradas, argumentando que os motoristas são penalizados quando não pagam impostos, mas o Estado não sofre consequências pela falta de melhorias na infraestrutura viária.
Análise de especialistas
Se, por um lado, existe o desejo de colocar um fim à cobrança, de outro, profissionais da área de trânsito ressaltam que a impressão do CRLV representa somente uma parte do processo de licenciamento.
Ainda é necessário lidar com a coleta, o processamento e o armazenamento de dados. Contudo, eles reconhecem que os custos poderiam ter sido reduzidos com a digitalização.
Especialistas incentivam a análise dos valores cobrados, visto que há diferenças notáveis entre os estados. Eles defendem que as taxas devem refletir os benefícios proporcionados aos cidadãos.