Na contramão de muitas marcas, Volkswagen aposta em SUVs para dominar eletrificação no Brasil
Volkswagen investirá em eletrificação de seus modelos, focando em SUVs como T-Cross e Nivus.
A Volkswagen acelerou de vez rumo ao futuro elétrico no Brasil. Em um evento realizado na última sexta-feira (31/11), na fábrica em São Bernardo do Campo (SP), a montadora apresentou um ambicioso plano de eletrificação para o país.
A estratégia faz parte de um investimento de R$ 20 bilhões na América do Sul previsto para o próximo ano e marca uma nova etapa na disputa pela liderança do mercado automotivo regional.
O foco inicial está nos SUVs T-Cross e Nivus, carros que já figuram entre os mais vendidos da marca e agora servirão como vitrine tecnológica para a nova fase eletrificada.
Com isso, a Volkswagen tenta equilibrar inovação e competitividade, enfrentando o avanço de concorrentes que apostam em cortes agressivos de preço e expansão rápida de modelos híbridos e elétricos.
Estratégia e cronograma
Segundo o CEO Ciro Possobom, a partir de 2026, todo novo modelo desenvolvido e produzido na América do Sul terá uma versão eletrificada. Ele também destacou o compromisso da empresa em ampliar o acesso a recursos de segurança, conectividade e eficiência energética.
Possobom também afirmou que a oferta cobrirá todas as modalidades de híbridos, com foco em segurança e conectividade.
O primeiro ciclo inclui, na fábrica Anchieta, um modelo com a plataforma MQB37. Esse veículo chega como HEV e aceita etanol, pois adota tecnologia flex voltada aos biocombustíveis nacionais.
A montadora quer priorizar soluções híbridas flex para o Brasil, e o Nivus possivelmente será o primeiro a ser lançado com essa tecnologia no país.
Arquitetura regional e expectativas
A Volkswagen desenvolve a plataforma regional MQB Hybrid para sustentar diversas soluções. Ela abriga sistemas híbridos leves, plenos e plug-in, cobrindo perfis distintos de uso e custos, sem romper com a cadeia atual de abastecimento.
Thomas Schäffer, CEO global da Volkswagen, informou que o MHEV já estava no radar para o Brasil e outras regiões estratégicas. Segundo ele, essa solução ganha aceitação por dispensar recarga externa. Além disso, ela simplifica a adoção em larga escala.
Com SUVs líderes como T-Cross e Nivus na dianteira, a marca estrutura uma transição pragmática. A combinação de MQB37, etanol e o futuro MQB Hybrid indica um caminho regionalizado para a Volkswagen, que busca escala sem abrir mão do contexto brasileiro.
Os próximos meses devem detalhar produtos e prazos industriais em São Bernardo do Campo, que serão sustentados pelo investimento bilionário destinado à América do Sul. Com essa investida, a companhia quer consolidar protagonismo na eletrificação no Brasil.